20/01/2023 - 9:30
Antes de ser eleito presidente da República, Jair Bolsonaro soltou que mudaria a lei para extinguir o indulto a detentos em datas festivas, a famigerada “saidinha” da cadeia. Passaram-se quatro anos e viu-se um desfile de marginais nas ruas das grandes capitais em reincidência de crimes. A Coluna levantou os dados nas duas principais cidades do Brasil para o “saidão” do Natal e Réveillon. No Estado do Rio de Janeiro, 1.997 presos foram liberados dia 24 de dezembro, com retorno agendado para o 30 de dezembro, até às 22h. Ao todo, 20% deles não retornaram. Fugiram 390 marginais. Índice similar ao mesmo período de 2021: dos 3.187 detentos com liberdade provisória, 687 não retornaram. Em São Paulo, o Judiciário autorizou saída temporária de 36.041 apenados entre 23 de dezembro de e 3 de janeiro: 4,61% (1.661 potenciais bandidos) desfilam nas ruas. A Lei n° 7.210/84 prevê a soltura para “proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado”. E dane-se o cidadão de bem.
A saída de Natal continua uma vergonha nacional. No Rio, 390 marginais não voltaram às celas. Em São Paulo, 1.661 ainda desfilam pelas ruas
Vitrine para Cappelli
As polícias de Brasília baixaram a cabeça para as ordens do interventor, porém não engolem a decisão do ministro Flávio Dino: nomear um jornalista ligado ao PCdoB, sem qualquer experiência em Segurança Pública, para comandá-las. Há quem aponte uma vitrine para uma futura candidatura de Ricardo Cappelli a deputado no DF. O tempo mostrará, ou não.
As muitas mulheres de Raquel no Governo
Diferentemente de Estados em que os cargos estratégicos nas secretarias são destinados a homens, em Pernambuco a governadora Raquel Lyra nomeou mulheres para posições-chaves na estrutura do Governo. Quer estrear mostrando o empoderamento feminino na gestão pública. Elas ficarão à frente da Segurança Pública, Saúde, Educação, Desenvolvimento Urbano e da Controle Geral do Estado, que passará a contar com uma seção responsável pela Transparência. Pernambuco é também o Estado em que há mais mulheres em cargos de 1º escalão. Elas são maioria: 15 em 29, incluindo a governadora e a vice-governadora, Priscila Krause.
Solar vira a 2ª fonte de energia
A geração de energia fotovoltaica no Brasil cresceu 84% em 2022. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a potência instalada passou de 13 gigawatts em janeiro do ano passado para 23,9 gigawatts nesse mês de 2023. A energia solar se tornou a segunda maior fonte da matriz energética brasileira, representando 11,2% de toda a eletricidade produzida no País, atrás somente da hídrica (51,3%). Nos últimos 10 anos, a fonte solar atraiu mais de R$ 120,8 bilhões em investimentos, gerou mais de 705 mil empregos, arrecadou cerca de R$ 38 bilhões e evitou a emissão de 33,3 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
Desconfiança na vaga de confiança
Mal o Governo começou e aparecem desconfianças entre grupos na Esplanada. A nomeação de Fabiana Zamora para o cargo de assessora especial no Ministério da Agricultura – ocupado por Carlos Fávaro – acendeu alerta no partido dele, o PSD. É que Zamora foi assessora de Paulo Teixeira (PT), de quem é próxima. O petista que vai mandar no Ministério do Desenvolvimento Agrário. A sigla de Gilberto Kassab está atenta a movimentos do ministro Fávaro, indicado pelo PSD para o posto. Os peões dessa lavoura já descobriram que ele tem acenado para o PT com uma frequência considerada além do ideal.
Comédia na prisão de bolsonarista
O radialista Roque Saldanha, conhecido boquirroto e metido a durão no Norte de Minas, foi preso pela PF por ameaças ao STF. Mas a PF deu um susto, antes, na mãe do prefeito de Teófilo Otoni (MG), que não tinha nada a ver com o caso, ao errar o endereço do alvo e parar na porta da anciã.
Itaipu é de Gleisi
O deputado federal Ênio Verri (PT), um soldado do grupo de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann, será o diretor-geral da Usina Itaipu. Ele assume o mandato em fevereiro na Câmara e renuncia em seguida. Ênio foi chefe de gabinete de Bernardo quando ministro do Planejamento no 1º Governo de Lula da Silva.
E o PT não deixa os seus de lado.
Nossa Casa, Minha Vida
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), está usando a residência oficial para fazer campanha pela sua reeleição ao cargo. Dia 27 vai receber, num jantar, a bancada federal do Paraná, na qual há fortes resistências a seu nome. Outras frentes suprapartidárias estão na fila do buffet até fim do mês.
Nos bastidores
O prêmio de consolo
A ministra Marina Silva, uma “lulista”, barrou a colega Izabella Teixeira, uma “dilmista”, na Autoridade do Clima. Izabella ganhou prêmio: vai para o conselho do BNDES.
Um desfile por 2026
Os governadores Eduardo Leite (RS) e Tarcísio Freitas (SP) marcaram presença nas rodinhas do Fórum de Davos, além do ministro Fernando Haddad. A comitiva brasileira virou a prévia da eleição de 2026.
PT segue via Sedex
Um delegado federal corregedor dos Correios, com mandato até 2025, foi exonerado em canetada da nova direção da estatal. O PT está insaciável na empresa. Gleisi Hoffmann trabalha para emplacar o ex-deputado Vicentinho numa das diretorias.
Antes do crime
A segurança estava mais preocupada em fazer homenagens. O Palácio do Planalto concedeu o Diploma Amigos da Guarda Presidencial (e de Bolsonaro) a Alexandre Garcia, Nelson Piquet e outros 23 agraciados.
