26/08/2022 - 9:30
as cores fortes dominaram a passarela (Crédito:Divulgação)
Seja nas populares lojas de departamento, no calçadão das praias do País ou até mesmo em desfiles de roupas de inverno das principais grifes do planeta, as flores estão em tudo: relógios, gravatas, cintos, bolsas e em diversas peças do guarda-roupa, principalmente o masculino. Geralmente associadas à primavera, as estampas florais marcaram presença nas semanas de moda europeias destinadas à temporada de outono e inverno. Enquanto marcas como Dolce & Gabbana e Versace sempre abusaram da temática, surpreende que a apresentação das roupas da francesa Louis Vuitton tenha tantos elementos florais em roupas não dedicadas às mulheres. Mas por que isso acontece? Além das cores fortes das rosas e das orquídeas, que são tendência após os anos sombrios da pandemia, as flores alegram e trazem leveza ao vestuário. Para Lorenzo Merlino, estilista e professor do curso de Moda do Centro Universitário FAAP, não surpreende que o estilo, relacionado geralmente ao feminino, esteja hoje presente nas roupas em geral. “Se no começo do século 20 as mulheres adotaram as calças, chegou a vez dos homens se apropriarem das flores”, diz. A estampa floral, entretanto, não é novidade na história do vestuário humano. No antigo Egito, a flor de lótus azul era considerada sagrada e desenhada nas roupas de pessoas importantes da sociedade. Na Grécia e em Roma, flores recém-colhidas adornavam túnicas e vestidos, enfeitavam cabelos e também perfumavam a roupa em ocasiões especiais. Já o padrão floral passou a estampar os tecidos somente ao final da Idade Média, em grande parte atribuído à China do século XII, quando bordados mostrando cenas da natureza passaram a ser desejados e se espalharam pelo Oriente Médio e Europa através da Rota da Seda. Também ganharam as cortes.
Nos dias de hoje, as flores não significam nobreza e podem ser usadas por quem assim o desejar. O publicitário Jonatas Mendes, de 31 anos, gosta das camisas de manga curta e possui três modelos diferentes, incluindo uma em linho com uma padronagem mais delicada. “Acho bonito, uso sempre, principalmente quando é um evento durante o dia. Já para trabalhar uso camisa branca”, diz. Suas escolhas jamais foram motivos de chacota e ele acredita que os adolescentes já não se incomodam em portar “florzinha” na roupa. Entre as mulheres que dominam a estampa estão a cantora Madonna, a duquesa Kate Middleton e a atriz Marina Ruy Barbosa. Será que vale a pena cultivar essa ideia?