22/07/2022 - 9:30
O ressurgimento de Lula da Silva (PT) na política, de condenado à esperança de movimentos sociais sob a proteção de um eventual governo seu, reaqueceu o sonho de lavradores — e muitos grileiros. O Movimento da Resistência Camponesa, braço não dissidente do MST, tem avançado em fazendas do Nordeste, em especial na Bahia. O objetivo é claro: proteção de Lula caso o petista seja eleito, e uma reforma agrária. Há todavia um cenário contraditório. Fotos e vídeos de posse da Coluna mostram invasão em fazenda, no litoral Sul da Bahia, protagonizada por donos de motocicletas e carros de diversas marcas – inclusive picapes de luxo. O local tem guarita com seguranças 24 horas, bandeira do MRC e ganha adeptos diariamente – muita gente que não sabe plantar um pé de alface. O mercado da terra virou um grande negócio para os que se infiltram nesses movimentos rurais. Na região de Prado a Itabuna já existem cinco invasões, enquanto os proprietários correm para levar documentos da posse à Justiça.
Carona na reforma agrária virou bom negócio para grileiros infiltrados em movimentos rurais. Ganham a terra, vendem glebas e voltam para casa
Unimed Rio na UTI?

A saúde da Unimed Rio está em risco. O alerta é dos próprios associados. Mais de 300 deles, do chamado Grupo Resgate Unimed Rio, lançaram comunicado pelo whatsapp, citando dívida de R$ 3 bilhões da cooperativa. Que pode recair sobre os associados em R$ 500 mil de prejuízo para cada. Reclamam ainda do reajuste dos repasses à administradora.
Ling alerta Brasil sobre a China
Filho de chinês, radicado em Hong Kong, e dono no Brasil de empresas no setor de petróleo, agro e embalagens, o brasileiro Winston Ling sabe muito porvir que pode afetar a economia internacional. Pelo menos é o que indicou em seu Twitter, no qual alertou para um “movimento de desobediência civil que se alastra na China”. Financeiro, claro. Seria a China uma reedição dos Estados Unidos com uma nova bolha no mercado? Ling relata a amigos a suspeita de calote das hipotecas enquanto as grandes construtoras chinesas (segundo ele, quebradas) não têm entregado imóveis. É fato que os bancos e o Politburo não querem salvar algumas delas.
Vocação nacional: País avança no MEI

Um estudo da Central Brasileira do Setor de Serviços revela aquilo que a entidade aponta como “vocação nacional”: O espírito do brasileiro de se reinventar para sobreviver nos negócios. Cresceu 17,5% em apenas dois anos (de março de 2020 ao mesmo mês desse ano) o número de Micro Empreendedores Individuais (MEI). Foram mais de 950 mil registros nas contabilidades. Presidente do Cebrasse, João Diniz explica que o avanço não pode ser considerado precarização, “uma vez que empregos CLT, de forma não qualificada e de menor escolaridade estão em franco declínio”. Já o número de informais subiu 3,9% (1,4 milhão).
Banqueiro manda muito na Petrobras

O banqueiro José João Abdalla Filho, o Juca Abdalla, está mandando muito na Petrobras, mais que o sócio majoritário, o Governo federal — cujos conselheiros não seguem o próprio chefe, Jair Bolsonaro. O conselho de minoritários domina a gestão e reelegeu Abdalla para um dos assentos. No mesmo dia, o conselho barrou dois indicados do Governo alegando que representariam, dentro da petroleira, um “conflito de interesses”. O termo, pelo visto, não serve para o banqueiro sócio minoritário, que caiu nas graças dos colegas do mesão. O caso chamou atenção até das petroleiras concorrentes.
Leite será o fantoche das raposas
Há um movimento suprapartidário de políticos experientes, iniciado esse mês, para consolidar um candidato de terceira via com chances de vitória em 2026 à Presidência da República. Eles apostam no “neófito” Eduardo Leite (PSDB) como o nome mais aceitável em diferentes setores e partidos.
Um aperto em Deltan
O ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol está cheio de boas intenções na pré-campanha a deputado federal. Criou movimento para limpezada Câmara, o “200 +” — alusão ao número que comporia forte bancada de interesses afins. Um projeto é acabar com o fundo partidário. Mas foi cobrado por militante a não receber salário do partido.
O que esperar de 2023
Um grande empresário aposta que o presidente eleito não conseguirá governar em 2023, diante do cenário econômico que emendou a pandemia com a guerra Rússia x Ucrânia, que afetará o Brasil a médio prazo. Mas também pelo clima interno e caixa. A mando de Bolsonaro,
Paulo Guedes queima boas reservas do Tesouro para reelegê-lo.
Nos bastidores
A aposta de Cunha
Experiente em pesquisas, Eduardo Cunha (PTB), o ex-presidente da Câmara que tentará voltar à Casa, aposta que o presidente (Lula ou Bolsonaro) será eleito no 1º turno.
Reunião para palanque
O senador Fernando Collor (PTB) se reuniu com o presidente Bolsonaro (PL) no Palácio por 40 minutos na última segunda-feira, para tratar da candidatura ao Governo de Alagoas e abrir palanque ao chefe.
Um vizinho poderoso
Um lote de terras da União à venda, publicado no Diário Oficial, chama a atenção de quem conhece o litoral Norte do Piauí. Sem alarde, a bom preço, está próximo a propriedades do ministro Ciro Nogueira — onde desembarca de helicóptero.
Limpa no SENAC-DF
Viagem à Disney, casos de assédio, nepotismo e queima de papéis no Senac-DF motivaram a demissão da diretora Karine Câmara. A Confederação Nacional do Comércio lavou as mãos e a direção na capital não esperou a investigação do TCU.