É cada vez mais provável que não haja segundo turno nas eleições presidenciais. O crescimento da candidatura de Lula, com a perspectiva de voto útil, a aversão a Bolsonaro que se cristaliza e uma calculada diminuição da abstenção, que tende a favorecer a oposição, parece irreversível. A última pesquisa Ipec revelou que Lula passou a ter 48% das intenções de voto ante 31% de Bolsonaro. Apurou-se também que o candidato do PT tem 52% dos votos válidos. Em outra pesquisa, a Quaest, esse percentual é de 48,9%.

Sem estratégia ou qualquer carta na manga, Bolsonaro vê seu projeto de reeleição naufragar. A vantagem do adversário vai crescendo aos poucos e, continuando no mesmo ritmo, no dia 2 de outubro, será definitiva e não deixará mais chances para reversão. O que se percebe é que Bolsonaro chegou ao limite. Não tem mais como crescer. E seu tamanho político semana a semana só diminui. A vantagem de Lula oscila para cima em sete pesquisas.

Na reta final da campanha, cresce entre os brasileiros a aversão ao candidato que conduziu um dos governos mais cruéis e desumanos da história do Brasil

O presidente queimou todos seus cartuchos para diminuir a rejeição principalmente entre mulheres e jovens, mas em todos os grupos da sociedade a antipatia por ele só aumenta. Neste momento cativa apenas aqueles que gostam de se comunicar com brutalidade e dizer boçalidades. Sua maldade e falta de empatia, demonstradas repetidamente nos últimos quatro anos, o condenam junto a qualquer a cidadão responsável que respeita seu semelhante. Ele está tentando parecer menos cruel na campanha para ganhar alguns votos de desavisados , mas não consegue convencer ninguém com sua falsidade gritante.

A viagem para a Inglaterra e os Estados Unidos nesta semana foi um fracasso e não trouxe qualquer retorno. Nos dois casos, ele foi inadequado, estimulando a baderna no funeral da rainha, em Londres, e levando o debate político nacional para a ONU numa completa inversão de prioridades. São claros sinais de desespero. O bolsonarismo já vive a sensação de que a derrota de seu líder é iminente. É claro que ele vai tentar reagir, romper com as regras das eleições, dar algum tipo de golpe sujo para se manter no poder. Mas qualquer iniciativa irá fracassar. Bolsonaro será devidamente condenado pelos seus pecados.