Quando ela discursa, alguns trechos de suas falas ficam sem sentido, são palavras que vão sendo ditas sem tecerem nexo umas com as outras. Ela não fala bem, mas fato é fato: do começo ao fim, essa mulher, de 46 anos de idade e verdes olhos, deixa claro que defende radicalmente a ideologia de extrema direita. Está-se falando de Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália. Como todo e toda direitista, faz apologia da família e dos bons costumes. Pois bem, dito isso, era demais ela seguir casada com o jornalista Andrea Giambruno após o vazamento de um áudio no qual afirma ter um romance amoroso com outra mulher. Fosse só isso, e a situação já exigiria, até como coerência pública no campo político, o pedido de separação, confirmado na terça-feira 24. Mas tem mais: no áudio, Giambruno convida o seu interlocutor para sexo em grupo, com a participação de outra mulher, ou de outro homem, ou de ambos. Meloni reagiu sem demonstrar surpresas, com a calma de quem já sabia o que acontecia: “Minha relação com Andrea Giambruno, que durou dez anos, termina aqui. Agradeço a ele pelos anos maravilhosos que passamos juntos (…) e por ter-me dado o mais importante na minha vida, que é a nossa filha Ginevra”.

Guerra
A dura missão de cobrir uma guerra

Profissional da mídia: linha de frente, mas sem ideologia (Crédito:Divulgação)

Assistimos nesses últimos tempos à cena nada boa de imobilismo por parte de órgãos e entidades que existem para atuar, e atuar muito, em defesa dos direitos fundamentais do ser humano – sobretudo o direito à vida em momentos nos quais se torna bem maior o risco de morte. Nesse sentido, a ONU é hoje um mero departamento burocrático com função quase decorativa. Também do Comitê para a Proteção dos Jornalistas aguardam-se providências que se mostrem para além da simples contagem de óbitos recém-divulgada. Na guerra entre Hamas e Israel já morreram pelo menos vinte e um jornalistas – dezessete palestinos, três israelenses e um libanês. Acredita-se que um maior número de profissionais tenha morrido em três semanas na Faixa de Gaza do que nas últimas duas décadas. Somando-se militares e terroristas, mulheres e homens não combatentes e crianças, o morticínio apontava os seguintes trágicos números: 3.785 palestinos e 1.403 israelenses. Os feridos, juntando-se ambos os lados, ultrapassavam a casa dos 16 mil.

Esporte
A hipnotizante brasileira Rebeca Andrade

Rebeca: desempenho mostra ótimo preparo físico e psicológico (Crédito:Raul Arboleda)

Muitos homens públicos brasileiros, que apequenam o País com suas atitudes no exterior, bem que podiam olhar e seguir o exemplo da uma brasileira chamada Rebeca Andrade. Ela engrandece o Brasil a cada competição internacional da qual participa. Com dois movimentos classificados pela mídia especializada estrangeira como “espetaculares” e “sensacionais”, Rebeca mostrou porque estava sendo apontada como favorita na final do salto feminino e conquistou, na terça-feira 24, a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos que estão sendo disputados em Santiago, no Chile. Havia quinze anos que o Brasil não ganhava uma medalha de ouro na ginástica artística feminina (quem a obteve em 2007 foi Jade Barbosa, no Rio de Janeiro). Nos Jogos que agora são realizados, até a quarta-feira 25 já duas medalhas eram brasileiras – Rebeca ficou com a de prata na competição por equipes. A sua fenomenal apresentação no salto se traduz em um dos mais difíceis movimentos (denomina-se Cheng). O sucesso lhe valeu a nota 9,733, dada pelos jurados. Como ela foi a última atleta a se apresentar, e até então a prova estava em um nível médio, Rebeca não precisava fazer o quase sobre-humano. O fato de tê-lo feito demonstra, no entanto, que além de estar em excelente condicionamento físico ela encontra-se também completamente senhora de seu universo emocional e psíquico.

Com Rebeca Andrade o Brasil ganhou a sua quarta medalha de ouro em Jogos Pan-Americanos. Já se registravam a de Jade Barbosa (foto), no Rio de Janeiro, e duas de Luiza Parente, em Havana. As provas foram de salto e paralelas (Crédito:Harry How)