30/04/2021 - 9:30
O governo italiano finalmente concordou que os ancoradouros para grandes navios de passageiros deveriam ser localizados longe dos locais históricos de Veneza. Essa era uma reclamação constante dos moradores e ambientalistas. Eles afirmavam que as ondas produzidas pelas embarcações estariam erodindo as fundações das construções centenárias, como a própria Praça São Marcos. Os venezianos também reclamam que os enormes navios prestam um desserviço, já que possuem restaurantes e acomodações próprias, não movimentando a economia local. O ministro da Cultura italiano, Dario Franceschini, disse em uma rede social que a decisão atenderia também a um pedido da agência cultural da ONU, a Unesco.
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“Uma decisão acertada, esperada há anos: o Conselho de Ministros aprova um decreto-lei que estabelece que os locais de desembarque definitivo dos grandes navios em Veneza deverão ser planejados e realizados fora da lagoa, a pedido da Unesco”, escreveu Franceschini. A solução, porém, cria outros problemas, como o desvio provisório das embarcações para o distante centro industrial da cidade, no porto de Maghera. Isso aconteceria até que um novo atracadouro fosse construído, o que também geraria desgastes ambientais – a construção levaria anos para ficar pronta.
Segundo o governo, apenas em 2019, 16 milhões de turistas passaram o dia em Veneza, sendo que só 12,5 milhões pernoitaram na cidade. Com 51 mil habitantes, 65% da economia gira em torno do turismo e, por isso, é preciso encontrar caminhos no futuro. Organizações locais dizem que o ideal seria que o turista passasse mais tempo na cidade, diminuindo a rotatividade extrema. Anualmente, 56 cruzeiros faziam parada na cidade, atracando 514 vezes ao ano – mais de um gigante ao dia. Agora, pelo menos, a paisagem de Veneza ficará mais preservada.