06/01/2023 - 9:30
Poucos atores inspiram uma simpatia tão imediata no público como Tom Hanks. Acostumado a fazer o papel de “bom moço” ao interpretar personagens como o ingênuo Forrest Gump, no filme homônimo, o detetive Robert Langdon, em O Código Da Vinci ou o Xerife Woody, na animação Toy Story, o norte-americano tem uma carreira marcada por tipos simpáticos e raríssimos vilões. O público, portanto, inicialmente estranhará sua personalidade em O Pior Vizinho do Mundo, inspirado no best-seller Um Homem Chamado Ove, de Fredrik Backman. Na produção dirigida por Marc Forster o astro faz o papel de Otto, um viúvo aposentado e mal-humorado que se julga dono do condomínio onde vive. O livro já havia sido adaptado em 2015 pelo diretor sueco Hannes Holm, cuja elogiada versão chegou a ser indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Hanks gostou tanto da obra que comprou os direitos e tornou-se produtor executivo da edição hollywoodiana: depois de tanto tempo sendo bonzinho, seus olhos devem ter brilhado quando teve a chance de viver Otto. Com bom elenco de apoio – que inclui os atores de ascendência mexicana Mariana Treviño e Manuel Garcia-Rulfo, como o casal que sofre com o mau-humor do vizinho –, o filme peca apenas pela previsibilidade do roteiro de Dave Magee, bem mais açucarado que a versão escandinava.
Experiência em comédias dramáticas

Apesar das longas carreiras de ambos, Marc Forster (foto) e Tom Hanks nunca haviam trabalhado juntos antes de O Pior Vizinho do Mundo. O diretor foi contratado pelo talento em comédias dramáticas, com protagonistas relativamente semelhantes a Otto: em Christopher Robbins, um adulto volta à infância para ajudar seus heróis de criança; em Mais Estranho que a Ficção, o auditor Harold muda de vida ao ouvir uma voz narrando
a sua própria história.