20/04/2023 - 9:30
Em 1974, Elis Regina tinha sucesso mas não tanto prestígio, e Tom Jobim vinha no caminho inverso — crédito em alta e popularidade, nem tanto. Para celebrar 10 anos na gravadora Philips, o presidente André Midani pediu que Elis escolhesse um presente: “Gravar músicas do Tom Jobim…com o Tom Jobim”, respondeu ela. A união dos dois aconteceu em Los Angeles (EUA), onde gravaram entre 22 de fevereiro e 9 de março um dos álbuns de música brasileira mais reverenciados no mundo, Elis & Tom. Roberto de Oliveira foi atrás e registrou em vídeo os bastidores. Quase 50 anos depois lança em circuito o documentário Elis & Tom – Só tinha de ser com você, vencedor de melhor filme brasileiro na 46ª Mostra Internacional de Cinema. A obra revela que nem tudo foram flores na gravação. Elis levou seu marido à época, César Camargo Mariano, como pianista e arranjador. Tom virava os olhos com as propostas de usarem pianos elétricos, guitarras, e não apenas os instrumentos acústicos. Elis considerava idiossincrasia do maestro. Só que o resultado final da gravação fez Tom chorar, segundo Mariano contou em entrevista. Elis & Tom tornou-se um dos álbuns brasileiros mais vendidos da história, o registro de Águas de Março foi considerado em enquete popular a segunda melhor música nacional da história, perdendo para Construção, de Chico Buarque, e a história por trás do fenômeno é agora revelada.
Jairzão também é retratado em longa

Outro documentário de ícone da música brasileira a estrear em cinemas é Jair Rodrigues: Deixa que Digam. Reverenciado por rappers como precursor do gênero, Jair (foto) trafegou pelo samba, MPB, sertanejo e chegou a apresentar o programa Fino da Bossa com Elis Regina, na antiga TV Record. No longa, em seus 50 anos de carreira ele é interpretado em diversas passagens pelo filho, Jairzinho. O documentário é dirigido por Rubens Rewald.