A história do cinema na Espanha começa em 1920, ano em que Luis Buñuel funda o primeiro cineclube do país. Menos de uma década depois, em parceria com o pintor Salvador Dalí, o diretor revolucionaria a sétima arte com O Cão Andaluz, clássico do surrealismo que influencia gerações até os dias de hoje. Os anos 1970 foram dominados por gigantes como Carlos Saura, José Luis Garci e Fernando Trueba, até que entrou em cena um jovem nome que mudaria tudo mais uma vez: Pedro Almodóvar.

O artista mais relevante da Espanha ganhou o mundo após Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos, em 1988, comédia estrelada por Carmen Maura, Rossy de Palma e Antonio Banderas. Depois de ser agraciado com dois Oscars por Tudo Sobre Minha Mãe (Filme Estrangeiro) e Fale com Ela (Roteiro Original), Almodóvar continua produzindo quase um filme por ano. O mais recente, que acaba de chegar aos cinemas e à Netflix é Mães Paralelas, drama estrelado por Penélope Cruz. Sua sétima parceria com o diretor rendeu a ela o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza e uma indicação ao Oscar. O reconhecimento definitivo de que os espanhóis estão em alta é a indicação pela Academia de Javier Bardem, marido de Penélope, ao prêmio de Melhor Ator por Being the Ricardos.

Mães Paralelas conta a história da relação entre duas mulheres que dão à luz no mesmo dia, mas também aborda um tema que ainda incomoda a população na Espanha: os corpos das 100 mil vítimas da ditadura de Francisco Franco que continuam desaparecidos. Ao mesmo tempo em que Almodóvar projeta o futuro do país, com um olhar sensível sobre a maternidade, resgata o passado ao expor o drama das famílias que não conseguem – de forma literal e metafórica – enterrar o seu passado.

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Pedro Almodóvar
Todas as cores do mestre de Madri

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Aos 72 anos, é claro que ele já não é o enfant terrible do início da carreira – tornou-se um mestre do cinema. Apesar de ter nascido na pequena cidade de Calzada de Calatrava, a 250 km de Madri, foi na capital espanhola que desenvolveu seu estilo único: o arco de cores vivas, sensual e que ironiza a hipocrisia da sociedade conservadora.