05/07/2024 - 8:00
Em 2020 a ginasta norte-americana Simone Biles ganhou manchetes em todo o mundo ao desistir de competir nos Jogos Olímpicos de Tóquio para focar em sua saúde mental — é mais ou menos como se um craque da Seleção Brasileira de futebol se recusasse a bater um pênalti na final de uma Copa do Mundo. Agora, a menos de um mês da Olimpíada de Paris, na França, a atleta finalmente decidiu falar sobre o assunto. Mas não escolheu um talk-show de grande audiência ou um programa de celebridades: ela é a estrela de Simone Biles: Rising, série documental em quatro episódios produzida pela Netflix.
Dirigida por Katie Walsh, não só demonstra sua busca pela excelência atlética, como aborda de forma corajosa a jornada pessoal em defesa do equilíbrio psíquico.Uma das maiores ginastas de todos os tempos, ela emerge não apenas como uma campeã no esporte, mas como um ícone de resiliência e determinação.
A contagem regressiva para Paris 2024 inspira produções que não celebram apenas o espírito competitivo, mas as incríveis histórias de vida por trás dos protagonistas.
• Além da obra inspirada em Simone Biles, a Netflix firmou parceria com o Comitê Olímpico Internacional (COI) em outras duas produções;
• uma com foco no atletismo,
• outra no basquete.
Sprint acompanha a preparação dos humanos mais rápidos do mundo. Narra a trajetória dos maiores velocistas da atualidade ao longo dos campeonatos mundiais de 2023, com destaque para Sha’Carri Richardson, Noah Lyles e Shericka Jackson, entre outros. Lembra também nomes lendários como Usain Bolt, o único atleta na história a tornar-se tricampeão em duas modalidades de pista de forma consecutiva (100 e 200 metros rasos) e bicampeão também, por duas vezes seguidas, no revezamento de 4×100 metros — ganhou, ao todo, oito medalhas de ouro em provas de velocidade, um recorde absoluto na história. A segunda temporada de Sprint terá um toque de reality show: será filmada durante a Olimpíada, com os corredores competindo em tempo real.

E quem não se lembra do temido Dream Team? A equipe de basquete dos EUA na Olimpíada de Barcelona, em 1992, jamais foi igualada. A série Seleção Americana de Basquete traz os candidatos a medalhas e jovens promissores no esporte. Além do acesso exclusivo a bastidores e vestiários, a história de como o basquete se tornou tão popular no mundo inteiro será explorada por meio de suas lendas — entre elas, o próprio Dream Team.
O importante é competir
“Essas produções oferecem um retrato íntimo da vida dos atletas olímpicos, apresentando enredos inspiradores e perspectivas únicas”, afirmou Jérôme Parmentier, vice-presidente de mídia do COI. A demanda levou o comitê a criar uma plataforma exclusiva para o tema. Sport. And More than Sport é uma iniciativa destinada a exibir as competições e o impacto emocional e social da Olimpíada.

O primeiro episódio começa nas ruas de Paris e conta com a presença da espetacular ginasta romena Nadia Comaneci — a primeira a receber uma nota dez, a pontuação perfeita.
Há outro espectro das sagas olímpicas que não traz o glamour das estrelas, mas que é ainda mais emocionante. We Dare to Dream, dirigido pela síria Waad al-Kateab, revela histórias comoventes de atletas refugiados que encontraram nos Jogos um local para competir e dar voz a suas experiências pessoais. Anjelina Nadai Lohalith (Sudão do Sul), Cyrille Tchatchet II (Camarões), Kimia Alizadeh (Irã) e Wael Fawaz Al-Farraj (Síria) representam a perseverança diante da adversidade e revelam-se fortes símbolos de esperança.
Esses personagens revelam um significado mais profundo da importância da Olimpíada. Em um mundo obcecado pela vitória e pelo sucesso, eles personificam temas universais de resiliência, pertencimento e superação. Afinal, quando falamos de Olimpíada é sempre bom lembrar que “o importante não é vencer, é competir”, como dizia o Barão de Coubertin.
