Muitas empresas estrangeiras querem investir no Brasil, mas um emaranhado de normas e leis afasta os investidores. Essa foi a conclusão a que chegaram vários juristas em uma plenária do 22º Fórum Empresarial Lide, realizado no Rio de Janeiro na semana passada, de 28 a 30 de junho, no qual debateram a “segurança jurídica como fator de impacto em novos investimentos”. O presidente em exercício do TCU, Vital do Rêgo, mostrou que em 34 anos, desde a Constituição de 1988, o Brasil já editou 7,1 milhões de normas e leis, afugentando os investidores. “Assim, em 2012 o Brasil era o terceiro na atração de investimentos no mundo e, em 2022, caiu para o 22º lugar”, disse ele. Esse é o resultado da falta de reformas estruturais que são relegadas a um segundo plano no Brasil.

Briga

Já a desembargadora Lia Porto (TJ-SP) explicou que os brasileiros tendem a judicializar toda e qualquer disputa.“Um processo judicial virou uma arma branca na mão das pessoas.” Ela mostrou que muitas vezes é obrigada a julgar como um casal separado deve escolher a escola do filho. O pai quer uma escola e mãe outra, deixando a criança sem estudar.

Mediação

Marcus Vinicius Vita, do Wald Adgovados, defende que antes das partes partirem para a judicialização, deveriam encontrar meios de conciliação dos processos para evitar que o Poder Judiciário fique assoberbardo e acabe levando anos para resolver uma questão que poderia ser resolvida com diálogo. “A judicialização causa a insegurança jurídica.”

Fake News fica para depois

(Lula Marques)

O líder do governo na Câmara, José Guimarães, admite que não está no escopo do governo aprovar rapidamente o projeto de lei que pretende criminalizar a disseminação de notícias falsas na internet. Apesar do pedido de urgência, ele admite que o tema deve ser analisado somente depois da volta do recesso da Casa. Antes, o governo vai priorizar questões econômicas, como o arcabouço e a Reforma Tributária.

Retrato falado

Alexandre de Moraes: “A decisão do TSE sobre Bolsonaro é a resposta em repulsa ao degradante populismo” (Crédito:Mateus Bonomi )

Alexandre de Moraes disse na sessão que declarou Jair Bolsonaro inelegível que a decisão do TSE reafirma jurisprudência para as próximas eleições, mostrando que ataques às urnas eletrônicas não serão tolerados. “A resposta que o tribunal deu no julgamento do ex-presidente confirma a fé na democracia, em repulsa ao degradante populismo renascido a partir da chama dos discursos de ódio, que programa infame desinformação divulgada por verdadeiras milícias digitais.”

Inflação na meta

Haddad continua com grande dose de sorte. A inflação está caindo e os economistas já começam a projetar que a inflação deve ficar dentro da meta este ano. Se isso de fato acontecer, é a primeira vez, desde 2020, que a inflação encerra o ano dentro da meta. Ou seja, com o IPCA em 4,5%, e a meta de 4%, mas com a tolerância de 1,5% para cima, isso permitiria chegar a 5,5%. Desta vez, o centro da meta é de 3,25%, mas pode chegar a 4,75%. Hoje, a projeção do mercado indica que a inflação está em 5,1%, mas com projeção de queda, pois há um mês estava em 5,8%. E a projeção mínima vem caindo. Era de 4,8% no fim de maio, mas caiu para 3,8% no fim de junho.

Juros em queda

Analistas do mercado acham que a tendência da inflação diminuir um pouco mais ao longo do ano deve-se, em parte, à queda nos preços da gasolina administrados pela Petrobras. Os economistas entendem que há espaço até mesmo para redução nos preços do gás. Com isso, a taxa Selic deve, finalmente, cair.

De olho em 2024

O prefeito de Santo André, Paulo Serra, tomou posse na quinta-feira, 29, como presidente estadual da Federação PSDB-Cidadania em São Paulo. O evento marcou os preparativos da união partidária para as eleições de 2024. Serra destacou os desafios que tem pela frente. “Mostraremos com debates e ideias que existe vida inteligente fora dos extremos.”

(Secom/Santo André)

Mudanças reais

Para Paulo Serra, as mudanças que levaram à concretização da Federação PSDB-Cidadania não podem ser meramente estéticas, “com um bordado na camiseta”. O prefeito explicou que o partido “só ficará mais forte se defender a verdade”. No evento, estavam presentes prefeitos e deputados de SP, além do presidente nacional da federação, Bruno Araújo.

Lira é cutucado com vara curta

(Ronny Santos)

Arthur Lira está incomodado com os frequentes vazamentos envolvendo investigações que podem incriminá-lo, como no caso dos kits de robótica. Para o entorno do presidente da Câmara, essa estratégia de desgastá-lo é arriscada e pode jogá-lo em definitivo na oposição. Além disso, ele ainda não assimilou a manutenção de Renan Filho (Transportes) na Esplanada dos Ministérios.

Toma lá dá cá

Entrevista com Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil

Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil (Crédito:Ronny Santos)

Luciano Bivar, presidente nacional do União Brasil Como avaliou a decisão da inelegibilidade de Bolsonaro?
Todos que estamos sob o guarda-chuva da democracia é que saímos vencedores. Ninguém pode atacar as instituições da democracia e sair impune. A dosimetria, no entanto, cabe ao Judiciário.

A demora para a troca no Ministério do Turismo tem causado algum atrito no partido?
É uma decisão do governo. É ele que convida para o seu conselho de ministros quem quiser. O União Brasil é um partido que está pronto para ajudar a governabilidade.

Há conversas para a formação de uma federação do PP com o União Brasil. Como está essa negociação?
Ela tem elementos intransponíveis. Tem estados que não aderem. É difícil viabilizar um acordo nacional sobre isso.

Rápidas

* Todo mundo sabe que a ministra Simone Tebet (Planejamento) não é a mais querida na Esplanada, mas ela não se ajuda. Na sexta-feira, 30, bateu de frente com Lula ao dizer que a Venezuela não é democrática. Para ela, “a Venezuela não respeita os direitos fundamentais”.

* A Fenafisco, que reúne sindicatos ligados aos servidores das receitas estaduais, é uma das muitas a apontar problemas no texto da Reforma Tributária. Para a entidade, a proposta pode gerar riscos ao pacto federativo.

* Até o advogado do PDT, Walber de Moura Agra, afirmou que a absolvição de Braga Netto era dada como certa. Para ele, o processo, de fato, não trouxe provas que pudessem condená-lo. Agora, ele quer ser candidato a prefeito do Rio.

* O governador do Rio, Claudio Castro, acha que a TV Globo contribui para a fama de que a cidade maravilhosa é violenta. “Em SP, só passam problemas com buracos. Aqui, mostram que temos tiroteios a todo instante.”