01/12/2017 - 18:00
“Estou rejeitando a sentença desse tribunal”, declarou o ex-general croata Slobodan Praljak, de pé e olhando fixamente para o juiz Carmel Agius que acabara de anunciar a decisão de manter-lhe a pena de vinte anos de prisão devido a crimes de guerra. “Cale-se e sente-se”, respondeu energicamente o juiz. Praljak abriu então um pequeno frasco de plástico, o levou à boca e bebeu o líquido nele contido. Mais uma vez olhou para o magistrado. E disparou:
“Tomei veneno”.
Era a quarta-feira 29, e a sessão da Corte Penal Internacional, na cidade holandesa de Haia, foi imediatamente suspensa. Médicos improvisaram os primeiros socorros ao suicida e o transportaram de helicóptero a um hospital. Pouco depois, ele morreu. O recurso jurídico negado pelo tribunal e a confirmação da sentença referem-se aos crimes contra a humanidade cometidos pelo ex-general ao longo da Guerra da Bósnia (1991-1995), sobretudo na destruição da cidade Ponte de Mostar, cenário das mais sanguinárias batalhas entre croatas e muçulmanos bósnios. Antes da guerra, Praljak trabalhava como cineasta, mas trocou a carreira pelo exército assim que o conflito foi deflagrado. A sua trajetória deu-se de forma meteórica e logo ele se viu promovido a general. Estima-se que Praljak seja responsável pelo extermínio de duas mil pessoas. Anunciado o seu suicídio, o primeiro-ministro da Croácia, Andrej Plenkovic, declarou que o ex-general sofrera “uma irreparável injustiça praticada pelo tribunal”. Melhor seria se tivesse se calado. Ao longo da jornada humana, jamais se viu militares inocentes sairem vivos das trincheiras e se renderem à morte num tribunal. Ao contrário. Ao que já se assistiu, e muito, foi o suicídio de carrascos de guerra que se autojulgam imortais enquanto detêm o poder.
Economia
Contas públicas têm superávit
As contas do setor público, abrangendo governo federal, estados, municípios e empresas estatais, registraram superávit primário em outubro: R$ 4,75 bilhões. É a primeira vez que isso ocorre após cinco meses no vermelho. A notícia, é claro, é muito boa – ainda que, em outubro de 2016, o superávit tenha sido de R$ 39,58 bilhões porque houve receita extra de R$ 46,8 bilhões em recursos repatriados do exterior.
Coreia do |Norte
Washington na mira

Quando não é um, é o outro. Mas são sempre eles, Donald Trump e Kim Jong-un, que estão envolvidos em provocações bélicas a amedrontar o mundo. Dessa vez foi Trump quem provocou, o que não diminui em nada a loucura de Kim Jong. O presidente dos EUA incluiu a Coreia do Norte no rol dos países que “promovem o terror”. Na quarta-feira 29 veio o desproporcional troco do ditador coreano, testando um míssil capaz de atingir todo o território continental americano (leia-se Washington). Trata-se do “Hwasong-15”, que percorreu uma distância de 960 mil quilômetros.
Religião
Iemanjá vai ficar sem oferenda?

A Prefeitura do Rio de Janeiro, sob a alegação de que a área da saúde é prioritária (como se ela investisse nisso), cortou a verba de uma das mais tradicionais e bonitas festas religiosas do País: a procissão Barco de Iemanjá, em Copacabana. Com R$ 20 mil o evento se garante, mas nem isso o prefeito quer dar. Pela internet, a Congregação Espírita Umbandista do Brasil tenta arrecadar dinheiro.
84%
dos brasileiros não sabem responder quem poderia tirar o Brasil da crise na qual se encontra. 16% responderam que a única pessoa capaz de ajudar o País seria o papa Francisco. Mais: 92% dos entrevistados acham que todos os políticos, invariavelmente, são corruptos. Dados do Instituto Locomotiva.
Tragédia
Encerradas as buscas por tripulação do ARA San Juan

Embora não tenha oficialmente admitido a morte dos 44 tripulantes do submarino ARA San Juan, que há duas semanas teria explodido a mais de 500 metros de profundidade, a Marinha argentina deu por finalizada a “etapa de resgate de pessoas” – é o mesmo que falar que não há sobreviventes. Assim, na quinta-feira 30, deixou de sobreviver também a esperança dos familiares que, confortando uns aos outros, abandonaram a base de Mar del Plata (foto) onde permaneciam há dias à espera de notícias de seus parentes desaparecidos. A Marinha centrará seus esforços, agora, somente na busca do submarino (ou de partes dele).