15/07/2022 - 9:30
Como todo o viking que se preze, Harald Gormsson tinha feição rude, era sisudo e imponente. Ele foi rei da Dinamarca entre os anos de 958 e 986, comandou a Noruega a partir de 970, e conseguiu introduzir o cristianismo na região, o que o ajudou a unificar os reinos nórdicos. Reza à lenda que Gormsson tinha um dente podre ou simplesmente escuro, o que lhe rendeu um sobrenome de identificação: rei Harald do dente azul. A fábula tem mais versões. Outra aceita, é que monarca apreciava degustar uma espécie de fruto que mudava a cor dos dentes. Mas o que o bravo viking, dado ao uso de espadas, machados e escudos, tem a ver com o Bluetooth que hoje se usa para, por exemplo, escutar música com fone de ouvido sem fio?
Um cientista de dados chamado Jim Kardash, envolvido com a criação do dispositivo, conhecia as sagas nórdicas e se inspirou na cor da dentição do soberano. E é esse o significado da palavra Bluetooth, dente azul. “Mas não é só isso, conexão sem fio não tem nada a ver com cor ou dente, mas sim, com a relação entre o fato de sua majestade ter unificado os territórios escandinavos. Algo semelhante ao Bluetooth, que junta os equipamentos”, afirma o historiador Rodrigo Rainha. Recentemente, arqueológos descobriram na Polônia, por meio de imagens de satélites, indicações fortes da localização de um grande túmulo da era viking, que pode abrigar os restos mortais de Harald.
Além do nome, o logotipo do Bluetooth também tem relação com Harald Gormsson. Os símbolos que remetem às iniciais do nome do rei, H e G, foram sobrepostos. O Bluetooth, lançado pela companhia sueca Ericsson é uma especificação de rede sem fio que permite ao usuário conectar diversos aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo e promover a troca de informação entre as máquinas por meio de uma frequência de rádio de ondas curtas, está em uso em todo o mundo desde 1999. O mais divertido, porém, é descobrir que o nome do dispositivo está relacionado a um importante personagem histórico. E o uso da tecnologia, de tão prático, é feito até por pessoas que nunca ouviram falar no dispositivo ou no rei viking.