Foi inaugurado na segunda-feira 28 o Bioparque Pantanal na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Trata-se de um complexo de dezenove mil metros quadrados que ostenta o maior aquário de água doce em todo o mundo. A ideia que norteou a construção do Bioparque foi a de colocar parte do ecossistema da região de forma acessível às pessoas. O Mato Grosso do Sul é um dos estados mais privilegiados do País quando se fala de riqueza ambiental. A região tem sessenta e cinco por cento dos duzentos e cinquenta mil quilômetros quadrados que compõem o Pantanal e é dotada de grandes áreas cobertas por vegetação uniforme, e um conjunto de montanhas e terrenos que, cuidadosamente, foram esculpidos pela natureza. A Serra da Bodoquena, por exemplo, é um desses locais em que a beleza natural pode ser contemplada. Além da vegetação existe grande quantidade de animais de diversas espécies que povoa o local. Para não deixar dúvidas a respeito das bênçãos que a mãe natureza lhe concedeu, o Mato Grosso do Sul tem até uma cidade, símbolo do ecoturismo brasileiro, que faz jus a seu nome: Bonito. Ela se tornou famosa por oferecer aos turistas, e ao sul-mato-grossense, banhos de rio em águas doce translúcidas dentro de cavernas e grutas. Agora, parte dessa biodiversidade pode ser apreciada pelo público geral no Bioparque Pantanal.

DESLUMBRE Jovens estudantes visitam o túnel sensitivo: experiência inesquecível (Crédito:Divulgação)

Nesse caso há dois aspectos principais os quais iremos tratar. Primeiro vamos à parte técnica. O projeto foi idealizado pelo arquiteto Ruy Ohtake, filho da consagrada artista Tomie Ohtake. O arquiteto faleceu em 2011 e não pode ver sua criação terminada, já que a obra esteve paralisada por onze anos devido a investigações de irregularidades durante a gestão do ex-governador André Puccinelli (MDB). Os trabalhos foram retomados em 2019. No inicio, o Bioparque foi orçado em R$ 84 milhões, mas o custo final foi de R$ 250 milhões. Além de um monumento de agradável atração turística, principalmente ao passar pelo túnel sensorial, uma estrutura submersa em que se tem visão de cento e oitenta graus dos animais e das plantas do aquário. É como se o turista estivesse dentro do Rio Paraguai. O Bioparque servirá também como centro de estudos, de difusão de conhecimento a respeito da diversidade biológica pantaneira no País. Trata-se de um empreendimento turístico e cientifico que concerne preservação ambiental, desenvolvimento local e aprendizagem sobre sustentabilidade a partir desse bioma. “O Bioparque oferece laboratórios e biblioteca especializados. São importantes ferramentas para educação, sem esquecer do ecoturismo no Brasil”, afirma Maria Fernanda Balestieri, gestora do Bioparque. A proposta é ousada. A intenção é alcançar toda a sociedade. As crianças, vão poder ir além dos livros e ver de perto, sem correr riscos, os animais que vivem no Pantanal. Os adultos terão aprazível passeio e, ao mesmo tempo, podem melhorar seu conhecimento ambiental.

Não menos importante vamos as atrações de fauna e flora. O aquário do Bioparque oferece um total de trinta e três tanques, sendo vinte e três internos e oito externos que abrigam 220 espécies neotropicais de peixes e 151 exemplares pantaneiros. Mais: há animais que foram trazidos de outras regiões e de outros países. Cinquenta e cinco tipos da Amazônia, catorze africanos e gêneros da Oceania, Ásia e América Central. O aquário ainda comporta um tanque de abastecimento e outro de descarte de efluentes, o que totaliza mais de seis milhões de metros cúbicos de água. Mais ainda: conta duzentas e vinte espécies de peixes de água doce, e, apesar do pouco tempo de funcionamento, já teve fruto. Foram registradas duas reproduções de lambaris em seu plantel, sendo uma delas de forma inédita para a ciência. “Isso mostra que os peixes estão adaptados a esse habitat”, pontua Maria Fernanda. No Bioparque também são criados cerca de quinze jacarés e uma cobra sucuri, que ficam alocados em um tanque fechado, devidamente colocado a dois metros de altura do local que as pessoas têm acesso. Os cenários dentro do Bioparque simulam o ambiente natural e permitem plena visibilidade da vegetação. O fascínio natural que o Pantanal causa foi ofuscado pelos incêndios criminosos de 2020. Acontece, porém, que o meio ambiente já começou a se reconstruir e, agora, terá a ajuda do Bioparque.

Muito além do ecoturismo
O aquário oferece outras experiências

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