17/02/2023 - 9:30
A valorização da imagem e da retórica é algo inerente à atividade política. O execrável líder Benito Mussolini usou a estratégia de comunicação de uma maneira revolucionária para conquistar o poder na Itália. O documentário Mussolini, o Primeiro Fascista, dirigido pelo historiador francês Serge de Sampigny, conta detalhes de sua trajetória desde a juventude até o fim da Segunda Guerra Mundial, quando foi assassinado e teve o corpo exposto em praça pública, em 1945. A produção tem como foco as táticas de manipulação e os discursos veementes que inspirariam mais tarde o próprio Adolph Hitler e seu ministro da Propaganda, Joseph Goebbels. Após voltar da Primeira Guerra Mundial e ver o caos social instalado em seu país, Mussolini cria o movimento fascista. Para financiar sua operação, seduz a elite industrial italiana, assustada com a disseminação das ideias comunistas que corriam o mundo após a revolução russa. Usa o dinheiro dos industriais italianos para montar um jornal, o Il Popolo d’Italia, onde difunde ideias nacionalistas e incentiva a perseguição de inimigos. A série traz depoimentos de cidadãos que sobreviveram à violência das milícias de Mussolini e pessoas que, ainda hoje, apoiam seu legado. Em exibição no canal Curta!, na TV a cabo, ou na plataforma de streaming CurtaOn!, especializada em documentários.
A extrema direita no divã e no palco

Os conceitos do pensamento autoritário também serviram de inspiração para um espetáculo de teatro que estréia em São Paulo. Um Fascista no Divã, com Giovana Echeverria (foto), apresenta uma psicanalista que atende um político de extrema direita em seu consultório. O texto de Marcia Tiburi e Rubens Casara foi escrito em 2016 e reflete a ascensão do radicalismo no País. Em cartaz até 25/3 na SP Escola de Teatro. A entrada é gratuita.