14/05/2021 - 9:30
Uma das grandes obras de Deus, o Jardim do Éden, morada de Adão e Eva no “início dos tempos”, era um verdadeiro paraíso. Até então, o local, que os criacionistas consideram o berço da humanidade, nunca havia sido localizado. Mas agora, milênios depois dos primeiros inquilinos terem sido expulsos por pecarem, cientistas iraquianos acreditam tê-lo encontrado no precário distrito de Chibayish, no sul do Iraque, completamente poluído. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o Iraque é o quinto país mais vulnerável às mudanças climáticas por conta de seu sistema de saneamento básico defasado. Mais de 70% de resíduos industriais gerados lá são despejados em rios ou no mar.
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Na Bíblia Sagrada, há poucas pistas sobre o Éden. Acredita-se que o paraíso era irrigado pelos rios Tigre e Eufrates, que banhavam a Mesopotâmia, região agrícola que serviu de base para a evolução do ser humano na Terra. Mas para historiadores, o tema entra numa seara mística e, por isso, merece ser analisado com cautela. “Não sabemos se o Jardim do Éden de fato existiu, mas é um tema que sempre desperta curiosidade”, diz o historiador Diego Amaro, presidente do Instituto de Estudos Valle Paraibanos (IEV). “Seguindo os ideais religiosos, o Jardim do Éden está relacionado com a formação da humanidade. É um mito fundamental.”
Comunidades carentes
Há uma crença de que Deus amaldiçoou o Éden pelos pecados de Adão e Eva e, portanto, o lugar iria perecer pela eternidade. Décadas atrás, quando o ditador Saddam Hussein assumiu a presidência em 1979, quis “drenar” e acabar com os rios para atingir grupos rebeldes da região contrários ao seu governo. Por anos, independente de sua interferência, a área resistiu e quando Hussein deixou o poder, a cultura agrícola e pesqueira foi retomada, junto com atividades turísticas, como passeios de barco e almoços ao ar livre. Mas o período de lazer foi curto. Como as obras voltadas para comunidades carentes são quase nulas no Iraque, o esgoto voltou a devastar a água limpa dos rios e matar peixes e outros animais. Ao que tudo indica, Adão e Eva condenaram o Jardim do Éden para sempre.