Alemanha
O candidato de Angela Merkel derrubou Angela Merkel

Markus Soeder, o mais forte candidato de Angela Merkel (no detalhe): derrota na Baviera abala o cenário nacional alemão (Crédito:AP Photo/Markus Schreiber;)

Não é de hoje que a composição partidária e ideológica que sustenta a governabilidade da chanceler Angela Merkel vem sofrendo uma série de desgastes políticos na Alemanha. Tal coalizão é formada pela União Social Cristã (CSU) e União Democrata Cristã (CDU), partido de Merkel. Na semana passada, a “fadiga de material” dessa aliança deu novos sinais de esgotamento nas eleições regionais na Baviera, uma das mais ricas regiões do país, onde os parlamentares tem peso decisivo no cenário nacional. Desde 1950, na reconstrução da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, essas duas legendas caminham ombro a ombro, com liderança histórica do partido CSU, numa espécie de escudo contra ameaças da extrema direita. A blindagem se mostrou agora bastante vulnerável. Pela primeira vez o partido radical de direita Alternativa para Alemanha (AfD), que empunha a bandeira anti-imigração, conseguiu cadeiras no Legislativo da Baviera. Mais: o CSU perdeu a sua tradicional maioria absoluta, com a derrota do candidato Markus Soeder, o que enfraquece sensivelmente Angela Merkel. A chanceler vem administrando crises devido ao seu posicionamento favorável à abertura das fronteiras para refugiados e imigrantes. E um de seus adversários nessa questão é o próprio presidente da legenda e ministro do Interior, Horst Seehofer, que surpreendeu a União Europeia ao desafiar a autoridade de Merkel e defender a extrema direita propondo que fossem barrados todos os imigrantes que estejam registrados em outro país europeu. Dentro de uma semana o prestígio de Merkel será novamente testado nas eleições regionais do estado de Hesse. Tudo indica que, mais uma vez, a aliança CSU e CDU sairá abalada.

“O impacto da eleição foi imenso. Quanto mais frágil se tornar o apoio da União Social Cristã a Angela Merkel, e quanto mais forte for a nossa presença na Baviera, mais cedo a chanceler cairá”
Alice Weidel, líder da extrema direita

Impunidade
Família de Marielle se divide entre as polícias Civil e Federal

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Desgastada emocionalmente com a demora nas investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, a família da vereadora Marielle Franco, executada na noite de 14 de março, já se mostra dividida sobre quais rumos devem ser tomados para que se chegue aos executores e mandantes do crime. A mãe da vereadora, a advogada Marinete Silva, quer que as investigações sigam a cargo da Delegacia de Homicídios e do Ministério Público Estadual. Já arquiteta Mônica Benício, que era casada com Marielle, não vê a hora que o caso passe às mãos da Polícia Federal – proposta já feita pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungamann, e rejeitada pela polícia.

Marinha
O exemplo do Brasil no Mediterrâneo

Deve-se à Marinha brasileira a sobrevivência de trinta e um refugiados sírios, muitos deles com crianças, que há uma semana vagavam à deriva no Mediterrâneo – com o estoque de comida e de água completamente esgotados. Fugindo da guerra civil em seu país (já matou 350 mil pessoas), os sírios tinham o Chipre como destino. A fragata Liberal, da Marinha do Brasil, prestou “imediato socorro e atendimento médico de urgência”, além de fornecer alimentação e medicamentos. O resgate da embarcação desnorteada contou com o apoio de lanchas libanesas. A fragata brasileira é a nau capitânea da força naval internacional para amparo a refugiados em situação de risco.

Segurança
Tudo em paz no Rio de Janeiro – para os ladrões

Vivem em paz os ladrões no Rio de Janeiro. De 2015 para cá, 700 mil casos de roubo que foram registrados em delegacias não tiveram abertura de inquéritos nem foram investigados. A média de investigação é de uma a cada vinte e três ocorrências. Segundo a polícia, isso se deve porque não há relação entre “autor e vítima nos crimes patrimoniais”.

Medicina
Guerra contra o uso sem necessidade de opiáceos

Após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter declarado que coibir o excesso de prescrições do medicamento oxicodona se tornara uma “emergência nacional”, as autoridades de saúde no país resolveram investigar a questão. Resultado: na semana passada, cinco médicos da cidade de Nova York foram formalmente acusados de receber US$ 5 milhões da indústria farmacêutica desde que receitassem esse opiáceo a pacientes que estivessem ou não precisando dele (seu poder de analgesia pode causar grave dependência). Somente no ano passado, estima-se as prescrições indevidas tenham levado à morte setenta e dois mil americanos. Um único médico, em Manhattan, teria receitado três milhões de comprimidos de oxidona.