03/02/2023 - 9:30
As comemorações internacionais dos 115 anos de nascimento de Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho começaram na semana passada na Ilha da Madeira, em Portugal. Trata-se da exposição: Oscar Niemeyer, 115 anos da curva infinita. Para além de remontar toda a trajetória profissional de um dos mais importantes arquitetos dos séculos XX e XXI, criador de projetos impressionantes que deram origem, por exemplo, à cidade de Brasília, em 1960, e à sede da ONU, em Nova York, em 1948, a mostra vai apresentar aos visitantes os mais diversos objetos que pertenceram a Niemeyer. Os mais de cem itens que serão exibidos, muitos inéditos, fazem parte do acervo de Paulo Sergio Niemeyer, bisneto de Oscar e também arquiteto.
Os principais destaques são plantas, maquetes, mobiliário, fotografias, vídeos, livros, cartas e desenhos originais. “Os desenhos são as coisas que mais me fazem lembrar o período em que moramos e trabalhamos juntos”, conta Paulo. “Posso dizer que ele era dedicado ao trabalho, solidário e fiel aos amigos”. O idealizador e curador da exposição, Alexei Waichenberg, conta que os objetos foram transportados com extremo zelo devido ao valor histórico e sentimental.

“Em tempos de ataque às democracias pelo mundo, quando se destrói obras de arte que consolidam a história, é importante valorizarmos o legado de Oscar Niemeyer”, diz ele. O local escolhido para a realização da exposição, o Fórum Pestana do Casino da Madeira, também está incluído nos mais de quinhentos projetos desenvolvidos por Niemeyer ao longo de mais de oito décadas de trabalho. “Oscar Niemeyer quebrou paradigmas e se tornou o mais emblemático dos arquitetos modernistas”, afirma Waichenberg. O homenageado gostava de dizer que o ângulo reto não o atraia, mas, sim a curva, à qual definiu como livre e sensual. E foi por meio dela que rompeu o parâmetro da reta para dar beleza e vida a palácios, cassinos, museus, templos e embaixadas de diversos países.
