A música brasileira com sotaque cada vez mais internacional: em uma prova da posição de destaque que ocupa hoje na indústria fonográfica mundial, o presidente do Grammy Latino, o mexicano Manuel Abud, veio a São Paulo com o objetivo de ampliar a participação do País na premiação. Entre as 49 categorias, oito são dedicadas exclusivamente aos artistas brasileiros. Mas Abud quer estimular uma maior quantidade de inscrições: “os compositores aqui são mestres em fazer boa música para o público local, mas com potencial internacional”, afirmou ele à ISTOÉ. O Grammy Latino abrange um mercado de 600 milhões de habitantes – quem vence o prêmio pode alcançar um impacto de até 50% na venda de discos. Esse mercado gigantesco tem incentivado a nova geração a cantar em espanhol. “A música é um idioma universal e os artistas querem expressar suas emoções na língua que se sentem mais confortáveis”, diz Abud. “Mas é importante lembrar que é mais fácil se conectar às emoções de outros povos quando cantamos no seu idioma. O sucesso de Anitta é um exemplo disso.” Apesar de não ser novidade ver brasileiros cantando em espanhol ou em inglês – Roberto Carlos faz isso desde os anos 1960 –, a cantora carioca elevou essa internacionalização a outro patamar: com seu hit Envolver, ela se tornou a primeira latina a chegar ao primeiro lugar do Spotify – entrou até para o Guinness, o livro dos recordes. Porém, apesar de ter sido indicada seis vezes, ela ainda não levou o seu Grammy Latino.

Rita Lee ganhará homenagem

A roqueira paulista será homenageada na próxima edição do Grammy Latino, em 17 de novembro. O prêmio especial pelo conjunto da obra já foi entregue a Roberto Carlos, Paralamas do Sucesso, Jorge Ben Jor e Milton Nascimento, entre outros. “Sua música transcende gerações e é uma inspiração para criadores em todo o mundo”, disse Manuel Abud. Luísa Sonza, Agnes Nunes, Giulia Be, Paula Lima e Manu Gavassi cantarão na cerimônia.