09/12/2022 - 9:30
O novo filme da diretora alemã Maria Schrader é uma espécie de Spotlight: Segredos Revelados, mas com os holofotes voltados para o assédio sexual. Assim como o vencedor do Oscar de 2016 teve como inspiração o trabalho dos jornalistas que investigaram casos de pedofilia na Igreja Católica, a nova produção que chega aos cinemas traz às telas a apuração feita por Jody Kantor e Megan Twohey.
O episódio deu origem ao movimento #MeToo, que incentivou as mulheres a denunciarem crimes sexuais. As repórteres do jornal The New York Times – interpretadas por Carey Mulligan e Zoe Kazan, respectivamente – foram atrás das acusações de estupro contra grandes nomes da indústria do cinema. O caso mais notório foi o do produtor Harvey Weinstein, condenado a 23 anos de prisão pelo assédio a dezenas de atrizes e funcionárias.
Considerado um dos homens mais poderosos de Hollywood, o nova-iorquino tinha um exército de advogados pronto para ameaçar quem tentava impedir ou denunciar seus abusos. Entre as celebridades citadas como vítimas estão Ashey Judd e Gwyneth Paltrow, que atuaram em diversos filmes da Miramax, produtora de Weinstein. Ele não escolhia apenas estrelas: Ela Disse revela que a maioria das profissionais que sofreram abusos não eram famosas.
Diretora é outsider em hollywood

Apesar da extensa carreira na Europa, a diretora alemã Maria Schrader (foto) é uma outsider: ela não é da “turma” de Hollywood. Em relação a seu novo filme, Ela Disse, isso, na verdade, foi positivo: o distanciamento necessário para fazer uma obra equilibrada sobre os episódios que abalaram a indústria cinematográfica nos EUA. Maria foi convidada após o sucesso de Nada Ortodoxa, minissérie sobre o papel das mulheres no judaísmo.