A os 50 anos, o escritor americano Colson Whitehead entrou para uma lista bastante exclusiva dentro do universo literário: com seu livro mais recente, “O Reformatório Nickel”, (editora HarperCollins Brasil), ele passa a ser o quarto autor na história a ganhar dois prêmios Pulitzer, um dos mais importantes do mundo. Além de Whitehead, apenas mestres como William Faulkner, John Updike e Booth Tarkington haviam realizado essa façanha. O primeiro Pulitzer do escritor na ficção veio em 2017, por “The Underground Railroad: Os Caminhos para a Liberdade”. Publicado em 2019, “Reformatório Nickel” foi inspirado na história real de uma tradicional escola na Flórida para menores infratores que funcionou por mais de cem anos e onde os garotos relataram casos de abuso e violência. Em 2012, pesquisadores encontraram um cemitério clandestino no local. Os jurados do Pulitzer descreveram o livro como “uma poderosa história da perseverança humana, dignidade e redenção”. Em nota, o autor afirmou que estava honrado com o prêmio. E completou: “espero que o livro chame a atenção para que as histórias das vítimas da escola na qual ele foi inspirado não sejam esquecidas.”

Biógrafo de Clarice é premiado

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O americano Benjamin Moser, autor de “Clarice, uma Biografia”, sobre a escritora ucraniana – naturalizada brasileira – Clarice Lispector, também foi agraciado com um Pulitzer. O prêmio veio com outra biografia feminina, o livro “Susan Sontag – Vida e Obra” (Companhia das Letras). Fruto de sete anos de pesquisas e mais de 570 entrevistas, é um retrato definitivo sobre a intelectual americana. “Nenhum outro autor representa tão bem o século 20 nos Estados Unidos quanto Susan Sontag”, declarou o júri. “Moser capturou sua inteligência e humanidade, assim como seus vícios, ambiguidade sexual e entusiasmo inconstante”.