TRAGÉDIA  Cena do acidente, à noite, e, à luz do dia, o estado que o ônibus ficou: 18 mortos e 14 feridos
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Cena do acidente, à noite, e, à luz do dia, o estado que o ônibus ficou: 18 mortos e 14 feridos

Espalhados sobre uma mesa, celulares não paravam de tocar na delegacia da cidade paulista de Bertioga, na gelada madrugada da quinta-feira 9. Os donos dos telefones, no entanto, não estavam ali para atendê-los: alguns deles já eram corpos no IML, outros ainda eram corpos na ribanceira. São as vítimas fatais, 18 até a sexta-feira, do ônibus que tragicamente tombou numa curva e, já tombado, seguiu se arrastando e se espatifando em rochas pela estrada que une as cidades de Bertioga e Mogi das Cruzes. O veículo, agora um amontoado de lataria retorcida, cortada e encharcada de sangue, integrava a rede de seis ônibus disponibilizados pela Prefeitura da cidade litorânea de São Sebastião para o transporte de universitários que estudam nas faculdades de Mogi. Catorze jovens ficaram feridos. Peritos da polícia científica tentam descobrir se o motorista, que também morreu, estava em alta velocidade, se dormiu ao volante ou se foi surpreendido por falha mecânica. Um sobrevivente diz que uma colega discutira com o motorista “porque ele estava correndo muito”. Outro que sobreviveu, o estudante Wanderson da Silva, declarou que o “ônibus fez seis curvas sem controle”. Por enquanto o que se sabe limita-se a dor dos familiares e a violência do acidente, resumida na frase de um homem simples chamado Marcos dos Santos. Trabalhando como ambulante, ele conseguiu colocar a filha Gabriela na universidade. Gabriela era dona de um dos celulares que tocavam sem ser atendidos. “Está feio demais, não dá para reconhecer ninguém”, disse Santos.