Quanto mais se aproximam as eleições legislativas que comporão a maioria do Congresso dos EUA (faltam somente quatro meses), mais o presidente Joe Biden surge como provável perdedor. Tão cambaia vai sua gestão, que não mais que um terço dos eleitores norte-americanos aprova a maneira que ele vem administrando o país. Mais contundente ainda: 64% dos próprios democratas consideram que ele não deva continuar na Casa Branca por mais um mandato. A conclusão é de uma pesquisa divulgada pelo The New York Times, feita em parceria com o Siena College. No pleito legislativo de 8 de novembro estarão em jogo um terço dos assentos do Senado e todos os da Câmara. O Partido Republicano deverá ganhar ampla supremacia. Biden é um precoce “lame duck”, na acepção de que tem o direito a governar, mas lhe faltará cada vez mais respaldo político. A desaprovação a Biden, vinda de conservadores e democratas, passa pelo tíbio combate à inflação, pela falta de energia em tentar conter a pandemia e por uma agenda que, na verdade, não eleva aquilo que a população mais preza: a autoestima de se saber norte-americana.

Empatados na falta de prestígio

O GRANDE ERRO Invasão do Capitólio: Trump se recupera disso? (Crédito:Saul LOEB / AFP)

O verdadeiramente democrata Joe Biden e o ex-presidente golpista Donald Trump empatam, por mais absurdo que possa parecer, em popularidade: 39%. Se a principal crítica a Biden é a ausência de vitalidade, em relação a Trump é o fato de ter insuflado seus apoiadores fanáticos a invadirem o Capitólio em janeiro do ano passado. Democratas criticam o democrata Biden. Conservadores criticam o conservador Trump. Assim é a legítima democracia.

COMPORTAMENTO
O brasileiro quer ler

ILUMINISMO Consumo de obras: luta contra o obscurantismo

Puxada pela divulgação em redes sociais, a Bienal do Livro em São Paulo divulgou alguns dados ao longo da semana passada, mostrando o sucesso do evento literário – pode-se atribuir o fato ao  intervalo causado pela pandemia, mas, ainda assim, ficou claro que há no País uma nova onda de interesse pela leitura. A editora Record, por exemplo, teve a sua melhor participação histórica em bienais. As editoras Arqueiro e Sextante apontam aumento de 150% em venda, se feita comparação com 2108. Essa mesma porcentagem foi atingida pela Intrínseca, e a Rocco subiu a vendagem em 130%. Em um País no qual a ignorância é promovida pelo governo federal, eis uma notícia que pode ser vista como símbolo de resistência ao obscurantismo. A Bienal foi visitada por 666 mil pessoas, e cada uma gastou, em média, R$ 227,00. Foram vendidos cerca de 3 milhões de livros.

PANDEMIA
Surge a mais agressiva variante da Ômicron

ÍNDIA A rotina de hospitais: a Covid não dá descanso ao país (Crédito:Rajesh Kumar Singh)

Foi identificada na Índia uma nova variante do coronavírus. Os cientistas a denominaram BA.2.75, e alertam para o fato de ela se caracterizar pela alta transmissibilidade e capacidade de burlar a proteção natural eventualmente advinda de infecções anteriores pela Covid. Também escapa da eficácia de vacinas. Detalhe importante: isso não significa que pessoas devam ficar sem cobertura vacinal, uma vez que os imunizantes reduzem sensivelmente os sintomas e as lesões causadas pelo vírus no organismo. Mais: as vacinas diminuem o risco de transmissão. Pesquisadores afirmaram ainda que a variante recém-descoberta pode causar doenças mais graves se comparada com as outras diversas cepas da Ômicron. Além da Índia, o novo vírus já circula na Austrália, Alemanha, Reino Unido, Alemanha e EUA.

EXPOSIÇÃO
Van Gogh inédito

AUTORRETRATO Van Gogh:
escondido atrás de outra pintura (Crédito:Divulgação)

Por meio de raio-X, descobriu-se, atrás de camadas de papelão e cola em uma tela do pintor holandês Vincent Van Gogh, um autorretrato inédito do artista no qual se vê a sua orelha esquerda intacta – ele a cortaria posteriormente, em 1888, em uma crise compulsiva de dermatotilexomania (transtorno psiquiátrico que pode levar o seu portador à automutilação). O anúncio foi feito pela Galeria Nacional da Escócia, que exporá quadros de Van Gogh no final desse mês. Até hoje se discute de qual das orelhas ele teria decepado uma parte e entregado-a a uma prostituta, uma vez que em outros autorretratos há um curativo do lado direito, mas o esquerdo não é exibido.

13,32 trilhões de ienes (cerca de R$ 524 bilhões) é quanto a Justiça do Japão determinou que quatro ex-diretores da central nuclear de Fukushima paguem de indenização por não terem evitado o desastre de 2011, quando a usina foi atingida por tsunamis. Dos seis reatores, três não foram desligados. Entre mortos e desaparecidos contam-se 18.500 pessoas.