29/06/2022 - 18:00
Indicadores Econômicos – Comércio Exterior
Eleito vice-prefeito em 2020, sua primeira eleição, Wilson Miguel (MDB) assumiu a administração de Duque de Caxias – RJ em abril passado, em substituição a Washington Reis. O município, que emancipou-se de Nova Iguaçu em 1943, apresentou grande crescimento econômico nos últimos anos, graças à indústria e ao comércio. Nele também estão localizadas uma das maiores refinarias da Petrobras, a Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), um polo de gás-químico e a maior usina termelétrica a gás natural, existente no Brasil.
“E outras empresas estão chegando”, destaca o prefeito. Segundo ele, esse trabalho para trazer mais empresas à cidade, aliado ao fato de ter a REDUC, colocou Duque de Caxias no topo do ranking das cidades exportadoras no Estado do Rio de Janeiro. “Nossa localização e o fato de sermos atravessados por três das principais rodovias do País nos torna atraentes para empresas”, diz Miguel, explicando o reconhecimento de Duque de Caxias como cidade de grande porte campeã no subgrupo Comércio Exterior, na pesquisa da Austin Rating.
AS TOP CINCO GERAL
1. Duque de Caxias (RJ)
2. Canaã dos Carajás (PA)
3. Rio de Janeiro (RJ)
4. Parauapebas (PA)
5. Rio Grande (RS)
GRANDE PORTE
. Duque de Caxias (RJ)
. Rio de Janeiro (RJ)
. Parauapebas (PA)
. Rio Grande (RS)
Piracicaba (SP)
MÉDIO PORTE
. Paranaguá (PR)
. Três Lagoas (MS)
. Araxá (MG)
. Aracruz (ES)
. Sorriso (MT)
PEQUENO PORTE
. Canaã dos Carajás (PA)
. Ilhabela (SP)
. São Gonçalo do Amarante (CE)
. Triunfo (RS)
. Conceição do Mato Dentro (MG)
Com população estimada atualmente em 930 mil habitantes – no censo de 2010 eram 855 mil –, o prefeito informa que nos últimos anos a cidade investiu muito em infraestrutura para aumentar sua segurança e ficar ainda mais atrativa. “Temos um trabalho constante de pavimentação de ruas, investimos em iluminação pública com lâmpadas de LED, além de limpeza e desassoreamento de rios e canais para a redução de enchentes e alagamentos. Aliás, em relação à preservação do meio ambiente, a administração tem desenvolvido diversas atividades que visam a uma maior integração da população com os parques naturais” explica ele. “Oficinas de imersão com atividades lúdicas são desenvolvidas com alunos da rede municipal de ensino nesses locais. Estimulamos o turismo ecológico e realizamos eventos que valorizam nossa reserva natural, mostrando a importância de sua preservação”. Duque de Caxias apresenta também um programa de incentivo à agricultura familiar, apoiando uma feira semanal para pequenos produtores da área rural que cultivam orgânicos, sem o uso de agrotóxicos. Embora não estivesse à frente do governo durante a pandemia, o prefeito ressalta o desafio — e a vitória — da administração anterior, que conseguiu assegurar a cidade funcionando enquanto vacinava a população. As escolas foram mantidas abertas o maior tempo possível, seguindo-se todos os protocolos sanitários.
Paranaguá
Difícil alguém não ter ouvido falar de Paranaguá. Município fundado em 1648, é a cidade mais antiga e a principal do litoral paranaense. E é fácil saber o porquê. É que lá está o Porto de Paranaguá, o maior exportador de produtos agrícolas do Brasil e um dos mais importantes centros de comércio marítimo do mundo, unindo localização estratégica a uma das melhores infraestruturas portuárias da América Latina. Hoje, entre as principais cargas movimentadas em Paranaguá estão a soja em grãos, farelo de soja, milho, sal, açúcar, fertilizantes e contêineres, além de congelados, derivados de petróleo, etanol e veículos, um dos motivos da cidade de médio porte ter sido reconhecida como campeã no Anuário, no subgrupo Comércio Exterior.
Prefeito reeleito do município, Marcelo Roque (Podemos) diz que o trabalho continua, com o objetivo de desenvolver a cidade ainda mais. “Quando assumimos a administração pela primeira vez, em 2017, colocamos a casa em ordem, tiramos do papel projetos engavetados, e administramos pensando no melhor. O povo entendeu a nossa responsabilidade e transparência na maneira de governar, e essa, sempre será a nossa bandeira até 2024”, afirma ele, que comanda uma cidade com população estimada em 157.000 pessoas (IBGE).
Mesmo com a pandemia, o Porto de Paranaguá bateu recorde, em 2020. A movimentação de produtos foi de 57 milhões de toneladas, ao todo, com resultado 8% maior do que o registrado em 2019, segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). A soja, no período, foi o principal item exportado.
O maior porto graneleiro da América Latina, que começou sua história no antigo atracadouro de Paranaguá, em 1872, com a administração de particulares (batizado de Dom Pedro II, em homenagem ao Imperador do Brasil), passou em 1917 para o governo do Paraná, que o rebatizou de Porto de Paranaguá. Sua inauguração foi em 1935 e, em 1947, foi criada a Autarquia Estadual que levou o nome de Administração do Porto de Paranaguá (A.P.P.).
Em 1971, a administração dos dois portos paranaenses foi unificada, criando-se a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA). O porto está localizado na margem sul da Baía de Paranaguá. Seu acesso marítimo se dá pelo Canal da Galheta, por duas áreas externas e uma área interna, e o acesso rodoviário é via BR-277, ligando Paranaguá a Curitiba, conectando a BR-116 pelas rodovias PR-408, PR-411 e PR-410. O acesso ferroviário é possível pela América Latina Logística Malha Sul S.A.
Canaã dos Carajás
Localizado no interior do Pará e com expressiva indústria de extração mineral – o que a levou a acumular a maior renda per capta do estado -, Canaã dos Carajás tem à frente Josemira Gadelha (MDB), eleita para o seu primeiro mandato. É a primeira mulher prefeita da cidade. “Tive a sorte de suceder uma administração que teve êxito em Canaã, com muitas obras e ações estruturantes. Num primeiro momento demos continuidade a essas ações, e já estamos executando programas nossos, com foco no desafio de cuidar das pessoas e transformar Canaã em referência de qualidade de vida no Brasil”.
Segundo ela, a cidade vive um momento de arrecadação muito importante: o município cresceu nos últimos anos com a implantação do S11D, o maior projeto de mineração de ferro do mundo. “Isso somado às ações que tomamos na infraestrutura e na economia faz com que hoje sejamos líderes no Brasil na geração de empregos, incentivando a chegada de milhares de migrantes, em busca de oportunidades, todos os dias”.
Com população estimada em 39 mil pessoas (IBGE 2021), número com o qual não concorda – “são mais de 40 mil eleitores e mais de 13 mil alunos na educação básica, para se ter uma ideia” -, a prefeita lamenta que os recursos recebidos de repasses sejam todos baseados nessa estimativa, mas, ao mesmo tempo, orgulha-se de Canaã possuir arrecadação própria. “Só que, por ser oriunda dos royalties da mineração, não pode ser utilizada em todas as áreas. Assim, nosso desafio é usar esse recurso, que é finito, para criar um ciclo de desenvolvimento duradouro e uma economia diversificada”, diz a prefeita, explicando sua aposta no ecoturismo. “A região Amazônica, onde estamos inseridos, é rica e abençoada em recursos naturais, e acreditamos que pode ser explorada de forma sustentável. Temos balneários, cachoeiras e muita biodiversidade. O turismo é uma das vertentes na qual estamos apostando para diversificar a nossa economia”.
Falando sobre o reconhecimento do título de campeã como cidade de pequeno porte, que se destaca nacionalmente graças aos grandes projetos de mineração, ela frisa, porém, que essa riqueza engrandece, mas não ilude. “Sabemos que o mais importante é que nosso tesouro se transforma em melhoria da vida das pessoas, de forma duradoura. A pandemia nos afetou muito, mas fomos rápidos e assertivos com nossas ações. Aliás, os municípios governados por mulheres foram os que tiveram melhor resultado nesse momento desafiador, e tenho a consciência de que fizemos tudo o que esteve ao nosso alcance para salvar vidas”.
