Esqueça nomes como Mozart e Beethoven: o compositor erudito mais popular da atualidade, de acordo com a audiência nas plataformas digitais, é o italiano Ludovico Einaudi. Popular por suas trilhas sonoras e solos de piano, o músico de 68 anos, nascido em Turim, é um verdadeiro fenômeno da era digital. Estudou música no Conservatório de Verdi e, mais tarde, fez aulas com o maestro Karlheinz Stockhausen. O estilo que viria a desenvolver, no entanto, não poderia ser mais diferente que o de seu mestre. Enquanto o alemão desbravava a vanguarda da música experimental, Einaudi apostou no minimalismo de simples e belas melodias. O sucesso veio de maneira arrebatadora, com concertos lotados, parcerias com grandes orquestras, como a britânica Royal Liverpool Philharmonic, e um público composto por fãs de diversas gerações. O músico, que lança o álbum Underwater, está no Brasil pela primeira vez para apresentações no Rio de Janeiro e São Paulo. Einaudi conversou com ISTOÉ sobre sua carreira.

Sua formação surgiu com a música clássica, mas os álbuns fazem sucesso também entre o público que gosta de pop. Qual é o segredo?
Difícil dizer, pois sou um apaixonado por todos os estilos. Não tenho intenção de classificar a minha música, busco sempre combinar diversos elementos.

Esse repertório brilha na internet. Seu vídeo tocando com um fã no aeroporto viralizou e alcançou milhões de seguidores.
Fiquei sabendo. Sei que hoje isso é importante, mas não tenho nenhum interesse pessoal nas redes sociais.

De onde veio a ideia de se dedicar apenas à música instrumental?
Nunca senti necessidade de incluir vocais nas composições. Eu “canto” com o meu piano. Acho que, assim, consigo atingir mais gente, uma vez que não preciso traduzir letras de um país para o outro. Temas como o amor ou a guerra levam o público a determinadas imagens, enquanto canções instrumentais podem ser compreendidas e apreciadas por todos.

Quem é seu compositor favorito?
Johann Sebastian Bach.

Já pensou em gravar sua versão para as Variações Goldberg?
Nunca, pois acho que teria de dedicar muito tempo. Já existem belas versões eternizadas por outros pianistas.