20/01/2023 - 9:30
Desde que a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) lançou ao espaço a missão Apollo 11 e Neil Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar na Lua, em 1969, imagina-se que, um dia, será possível encontrar outro planeta onde a humanidade possa viver. Nessa busca, as duas mais recentes descobertas foram para além de nosso Sistema Solar, e em ambas a utilização do Tess (Satélite de Pesquisa de Exoplanetas) foi essencial. Com o equipamento, identificou-se um exoplaneta (fora do Sistema Solar) que tem tamanho parecido com a Terra. A semelhança chega a 95%, e ele fica na porção do espaço que os cientistas batizaram de “zona habitável”, assim chamada porque se acredita que lá possa existir água em estado líquido. O mesmo satélite já encontrou outras três estrelas na mesma vizinhança e com similaridade ao recém-descoberto. “O Tess é especialista em descobertas de exoplanetas. Trata-se de mais uma pedra que colocamos nesse castelo de conhecimento”, afirma Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo na Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Tess trabalha da seguinte forma: os pesquisadores precisam posicioná-lo por tempo suficiente, cerca de um ano, e na direção correta. Então, o satélite monitora o brilho de diversas estrelas e percebe quando há diminuição dessa luz devido à passagem de outro corpo celeste à sua frente, de acordo com a órbita. Dessa forma, encontrou-se o exoplaneta a 100 anos-luz da Terra.

Nesse período de 365 dias, o Tess forneceu importantes dados que possibilitaram que outro famoso equipamento desenvolvido pela Nasa, em conjunto com a Agência Espacial Europeia e a Agência Espacial Canadense, o telescópio James Webb, também superasse as expectativas. Ele conseguiu, pela primeira vez, encontrar um planeta extrassolar. Pouco se sabe, no entanto, sobre a estrutura dos exoplanetas e, por enquanto, considera-se que sua massa seja rochosa e a atmosfera composta apenas de dióxido de carbono (CO2), como é Venus. Agora, o astro avistado pelo telescópio é ainda mais parecido com a Terra, no que diz respeito ao tamanho, e está mais perto, a 41 anos-luz. O James Webb tem uma peculiaridade: é capaz de analisar a atmosfera dos planetas e, nesse caso, ela não é densa como, por exemplo, a de Saturno, composta por hidrogênio, hélio e metano.