Um bom jornalista é aquele que fareja a notícia mal ela acontece. Na área musical, trata-se do profissional que descobre e aponta as tendências que serão sucesso quando os artistas responsáveis por elas ainda nem despontaram. É o caso do carioca André Barcinski e de seu livro Barulho, cujo lançamento completa três décadas e ganha uma versão ampliada. A publicação conta a viagem do autor pelos EUA no início dos anos 1990, período que ficou marcado pela explosão do rock alternativo, movimento conhecido como “grunge”. O livro mostra como a chuvosa cidade de Seattle, no noroeste do país, tornou-se a improvável capital da indústria fonográfica norte-americana, liderada por uma gravadora obscura chamada SubPop. Entre as bandas que Barcinksi teve a sorte de assistir ao vivo, como ele mesmo define na introdução, a mais importante foi o Nirvana, que pouco depois se tornaria um fenômeno cultural em todo o mundo. O livro traz textos e fotos de diversos shows e turnês, mas um em especial: a primeira apresentação de Kurt Cobain e sua banda após o lançamento de Nevermind, álbum que alcançaria o primeiro lugar das paradas. Mas a obra também apresenta muita informação interessante sobre outros nomes, a exemplo de Alice in Chains, Red Hot Chilli Peppers, L7 e Ministry, além de artistas solo como Iggy Pop e Jello Biafra. Trinta anos depois de seu lançamento, Barulho revela como estar atento a novos artistas é fundamental para compreender para onde os ventos da música vão soprar.

Uma viagem musical para os fãs

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O ano de 1991 foi fabuloso para o rock, com lançamentos como Blood Sugar Sex Magik, do Red Hot Chilli Peppers, o Álbum Negro, do Metallica e Use Your Illusion I & II, do Guns ‘N’ Roses, entre outros. André Barcinksi coletou os relatos para o livro Barulho nessa época. “Havia tantos discos bons para comprar e shows para assistir, que era difícil escolher”, lembra. A nova edição traz ainda mais fotos que a original, tiradas entre 1988 e 1999.