22/07/2022 - 9:30
O estado do Rio de Janeiro tem área de 43 mil km2. Desde que Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República as florestas brasileiras sofreram uma devastação de 42 mil km2. Basta esse cotejamento, somente esse, para comprovar as atitudes predatórias de um mandatário que comete crimes em série contra o meio ambiente. Há dois relatórios tornados públicos na semana passada. De acordo com Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o primeiro semestre de 2022 é o pior dos últimos 15 anos. Já a comparação do período que abrange de 2019 a 2021 com as dimensões do Rio de Janeiro faz-se a partir do Relatório Anual de Desmatamento do Brasil, do MapBiomas. Segundo o estudo, viram-se arrasados 16.557 km2 em todos os biomas brasileiros, isso no ano passado. Feitas as contas, surge um número estarrecedor: 18 árvores foram tombadas por segundo na Amazônia em 2021. Deve-se o fato ao incentivo do governo federal a madeireiros e garimpeiros ilegais, além do avanço desenfreado da agropecuária. Os dois relatórios apontam o Pará como o estado que apresentou a maior redução de florestas: 497 km2 entre os últimos meses de janeiro a junho. Ainda no que diz respeito ao Pará, o Imazon mostra o crescente cerco às regiões de proteção ambiental no Triunfo do Xingu e na terra indígena Apyterewa.

A drástica situação é retratada na pesquisa: “No caso da Apyterewa (…), o território concentrou 52% de todo o desmatamento ocorrido nas terras indígenas da Amazônia em junho”. Esses são alguns dados decorrentes da ação no Brasil de spree killers do meio ambiente.
ABL
Dois fatos que marcam seus 125 anos


A Academia Brasileira de Letras completou 125 anos na quarta-feira 20. Eis duas histórias — uma triste, outra alegre — sobre a também denominada Casa de Machado de Assis (deve-se ao “Bruxo” do Cosme Velho, um dos maiores escritores universais e mestre na arte de perscrutar a alma humana, a sua fundação). A história triste: Guimarães Rosa (acima) foi eleito para a ABL em 1963, mas só tomou posse em 1967. Ele a adiava sempre porque achava que, com a posse, morreria. Três dias após ser empossado, de fato morreu, a 19 de novembro. A história alegre: perguntaram ao parnasiano Olavo Bilac (à esq.) porque os membros da ABL eram chamados de “imortais”. Ele respondeu: “porque no Brasil os escritores são tão desvalorizados e pobres que não tem aonde caírem mortos”. Caro poeta de “Ora direis ouvir estrelas”, saiba aí, em sua imortalidade, que aqui essa situação piorou muito.
INVESTIGAÇÃO
Diretor da Caixa é encontrado morto na própria sede do banco

Sérgio Ricardo Faustino Batista, 54 anos, diretor de controles internos e integridade da Caixa, em Brasília, foi encontrado morto na noite da terça-feira 19, na área externa do banco. O episódio desperta especial atenção porque ocorre pouco tempo depois da queda do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, devido a denúncias de assédios sexuais que teriam sido praticados por ele – a Batista cabia, além de outras tarefas, verificar a veracidade ou não de tais queixas. Não se está, aqui, unindo um fato ao outro, nem se está fazendo a menor ilação. As próprias autoridades policiais, no entanto, que trabalham nas investigações com a hipótese de suicídio, até a quarta-feira 20 não descartavam demais linhas de averiguação. A conselheira da Caixa Maria Rita Serrano, representante dos funcionários da instituição, exigiu “investigação minuciosa”, uma vez que o caso, “além de trágico, aconteceu no local de trabalho”.