26/04/2019 - 9:30
Cinco suítes, ampla cozinha, sala de estar e jantar, jacuzzi na área externa e amplos espaços com área gourmet, bar e churrasqueira, totalmente preparados para banhos de sol e relaxamento com amigos e família. Os detalhes também são surpreendentes: acabamento de mogno veneziano, couro italiano, carvalho cinza, seda, mármore, espelhos e vidros duplos, além de degraus retroiluminados, em um projeto assinado pelo premiado arquiteto italiano Achille Salvagni. Essa descrição poderia ser de uma mansão em um bairro de luxo, não fosse pelos aposentos extras que arrematam a sofisticação: três cabines reservadas apenas para tripulação. Trata-se do Azimut Grande 30 Metri, o mais luxuoso iate que estará exposto no Rio Boat Show 2019, o maior salão náutico outdoor da América Latina, que começa no sábado 27 na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, e atrai consumidores e revendedores de todo o Brasil. O Azimut é o gigante da exposição. Com 30 metros de comprimento e quase sete de largura, custa a bagatela de R$ 45 milhões.
Variedades
Mas não é só essa beldade italiana que fará os visitantes babarem. Outro modelo de destaque é o francês Jeanneau Yachsts 64, que surpreende também por sua beleza e é um dos mais renomados do mundo em termos de tecnologia. Maior barco à vela já vendido no Brasil, tem como diferencial a preocupação com a sustentabilidade. Suas versões standard vêm com um tanque de esgoto para cada banheiro, que trata e armazena resíduos para posterior recolhimento em pontos especializados. Além de ter como principal propulsor a energia limpa, claro, o vento, ele vem com um moderno motor a diesel que consome menos combustível e, consequentemente, emite poucos poluentes. Sua construção também conta com procedimentos ecológicos de última geração que, por meio de um processo de infusão a vácuo, demanda menos material poluente e descarta menos resíduos nocivos ao meio ambiente. Comprar essa brincadeira custa em torno de R$ 5 milhões.

É verdade que esses desejos de consumo são para poucos, mas não é só com esse público seleto que a feira quer conversar. “Não é o barco de R$ 30 milhões o mais vendido. Tem pranchas de Stand Up Paddle, Jet skis, e barcos que começam por R$ 60 mil, R$ 300 mil. Esses são os mais procurados”, diz Ernani Paciornik, idealizador e presidente do Boat Show. Para atrair cada vez mais consumidores desse mercado, a estratégia é conquistá-los por meio de experiências. O ingresso é acessível, a R$ 70. A grande aposta dessa edição são os test drives: das 70 marcas expostas, 60 estarão na água. Para agradar o público prime, que gosta de lifestyle, o evento aposta também em carros de última geração e itens de moda. E ainda um desfile de moda noturno com trilha sonora e iluminação especial. É uma receita que tem dado certo, afinal, no ano passado o salão movimentou R$ 220 milhões, um crescimento de 59% em relação ao ano anterior, quando a crise atingiu o setor. Nesse ano, espera-se 33 mil visitantes e um volume de vendas maior ou igual ao do ano passado. Entusiasta do mercado náutico, Ernani defende que a água é uma cultura que pode ser desfrutada até com uma prancha. “Cada barco é uma ilha onde se fica enclausurado com a família, navegando, velejando. É uma maneira de se viver nesse mundo em que as pessoas não saem do seu aparelhinho”, diz ele. Com um pouco de sorte, quem sabe seu sonho vire mesmo realidade para cada vez mais pessoas.
