O ator Ricardo Darín, de 62 anos, construiu a sólida reputação de astro ao longo de 47 anos de carreira. Fez televisão e brilhou no cinema, mas diz que aprendeu a usar as ferramentas da representação no palco, o que continua fazendo. “Atuação é a arte de pensar”, diz ele em entrevista exclusiva à ISTOÉ. “Recomendo a todos que comecem pelo teatro, que oferece a experiência única de se expor diante do público em um momento irrepetível.” Outra ferramenta que sabe usar é a produção. “Aprendi a fazer cinema com os cineastas com quem trabalhei”, diz. Hoje mantém uma produtora em Madri, onde mora desde 2006, revezando temporadas na Buenos Aires natal. Foi sua ideia produzir o filme “A odisseia dos tontos”, seu 48o trabalho como ator, que entra em cartaz no Brasil. “A história se passa em 2001, na época em que o governo argentino bloqueou as contas dos argentinos”, conta. “Mas a situação diz respeito aos pobres do mundo que são explorados pelos governos mancomunados com os bancos.” Darín se diz contente com a vitória de Alberto Fernández nas eleições presidenciais argentinas: “Mas o caminho da libertação latino-americano ainda é longo”.

A revanche dos logrados

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“A odisseia dos tontos”, de Sebastián Borensztein, faz a alegoria do logro. Baseado no romance de Eduardo Sacheri, é ambientado em 2001, o ano do “corralito”. Conta a história de um grupo de amigos que se cotizam para comprar uma cooperativa desativada.

Ao depositarem o dinheiro, sua conta é bloqueada pelo governo. Um advogado então furta o dinheiro e o esconde em uma caixa-forte no meio do campo. Os enganados planejam então recuperar a quantia e dar uma lição no ladrão. Divertido e tenso, como viver na América Latina.