26/04/2019 - 9:30
Lá está pior do que aqui. Enquanto no Brasil anseia-se pelo fim da crise da econômica a partir da aprovação da reforma da Previdência, na Argentina aguarda-se por uma retomada com a definição do próximo presidente, em outubro. Nossos vizinhos passam por um momento dramático. Com uma inflação de 54% no acumulado dos últimos doze meses, o governo de Mauricio Macri ostenta números impressionantes de flagelo social: há 2,7 milhões de argentinos vivendo abaixo da linha de pobreza e o desemprego atinge 9% da população, índice mais elevado desde 2005.
A preocupação do mercado financeiro é que a Argentina decrete novamente moratória de sua dívida externa. Na quarta-feira 24, o custo do seguro contra o calote da dívida subiu para seu nível mais alto desde que Macri assumiu o poder, consolidando o país como segundo maior tomador de empréstimos soberanos do mundo, atrás somente da falida Venezuela.
Candidaturas
A economia argentina patina sem rumo desde o início dos anos 1980. Macri, candidato à reeleição, recorreu à soluções econômicas dos anos 1990, como pedir empréstimo ao Fundo Monetário Internacional no valor de US$ 57 bilhões. Além disso, cometeu um dos maiores erros que podem ser feitos no capitalismo, decretando congelamento de preços de 64 produtos.
Na área política, a confusão impera. O setor financeiro já escolheu Maria Eugenia Vidal, governadora da província de Buenos Aires. Na ponta oposta, há a chance de retorno da ex-presidente e hoje senadora Cristina Kirchner, caso supere barreiras judiciais que a deixariam sem foro privilegiado, por isso em risco de prisão. A data final para o anúncio das candidaturas é 22 de junho. Já a crise segue sem data para acabar.