03/03/2023 - 9:30
Para os amantes da arte, a expansão de qualquer instituição cultural é sempre motivo de alegria. A inauguração da Pina Contemporânea, novo prédio da Pinacoteca do Estado de São Paulo vai além disso. O complexo, que inclui ainda o edifício da Pina Estação, torna o museu paulista o maior em área para exposições no País e o segundo maior da América Latina. O sonho da expansão começou em 2005, quando o acervo da Pinacoteca, o museu mais antigo de São Paulo, ultrapassou as onze mil obras. Devido ao espaço limitado do prédio original, projeto do arquiteto Ramos de Azevedo inaugurado em 1905, apenas 10% delas estavam em exibição. Teve início então uma longa negociação com a Secretaria de Educação, que administrava o colégio Prudente de Moares – local onde hoje está a Pina Contemporânea. A escola foi transferida e o projeto começou a ser desenhado.
O complexo, agora, passa a ter mais de 22 mil metros quadrados, com potencial para receber até um milhão de visitantes por ano, quase 400 mil a mais que antes. O grande atrativo não é apenas sua dimensão, mas a integração urbanística. Como os ingressos serão cobrados apenas nas áreas expositivas, as pessoas na região da Luz, no centro paulistano, poderão passear por seu amplo espaço, o que permitirá uma redescoberta do museu. “O edifício promove o encontro e o diálogo, de forma acessível e inclusiva. Reflete o espírito de integração presente nos programas desenvolvidos pelo museu, favorecendo a experimentação da arte contemporânea”, afirma Jochen Volz, diretor geral. Sua abertura conta com duas mostras. Chão da Praça reúne 60 obras de 48 artistas, com instalações e esculturas de grandes dimensões; em Quase Coloquial, a sul-coreana Haegue Yang dialoga com as criações de artistas nacionais.

Novas áreas
A boa notícia é que a Pinacoteca não é a único centro cultural a ganhar um projeto de expansão. O Instituto Inhotim, na região de Belo Horizonte, em Minas Gerais, passa constantemente por reformulações. Com suas características de espaço ao ar livre, a construção de novas galerias é um processo bem mais simples do que a de um museu como a Pinacoteca. A última galeria erguida no local, em 2016, abriga a obra da fotógrafa Cláudia Andujar. Há planos para a construção de um novo pavilhão dedicado à artista japonesa Yayoi Kusama, mas a data ainda não foi confirmada.
Um dos museus mais populares do País também se prepara para crescer. O Museu de Arte de São Paulo, o MASP, deu início ao projeto de expansão que será inaugurado em janeiro de 2024 e aumentará sua área em quase sete mil metros quadrados. O prédio histórico projetado por Lina Bo Bardi, na Avenida Paulista, ganhará um edifício anexo de quatorze andares, conectado por uma ligação subterrânea. Além da reserva técnica, onde ficará parte do acervo, o local abrigará novas galerias, um laboratório especializado em técnicas de restauro, salas de aula, restaurante e áreas para eventos. O anexo será batizado de Pietro Maria Bardi, marido de Lina e primeiro diretor artístico do MASP – o casal foi responsável pela fundação do museu, em 1947, junto com o jornalista e empresário Assis Chateaubriand. Com esses projetos de ampliação, o público brasileiro terá a oportunidade de redescobrir seus museus – ou viver a inebriante sensação de visitá-los pela primeira vez.

