05/03/2021 - 9:30

Um dos empreendimentos mais descomunais dos últimos tempos é uma ilha artificial que será instalada nas Bahamas, a 90 minutos de Miami e a 25 minutos da capital do arquipélago, Nassau. O lugar terá uma área equivalente à metade do território de Mônaco e, detalhe fundamental, entre outras construções, abrigará duas casas avaliadas em US$ 1,15 bilhão (R$ 6 bilhões) cada. É um preço correspondente a 80% do que se estima para o Palácio de Buckingham, casa da rainha da Inglaterra, em Londres, e quase duas vezes mais cara do que a Villa Leopolda, em Côte d’Azur, na França, que pertence à bilionária Lily Safra. O empreendimento é assinado pelo Blue State Group e estará concluído até 2025, segundo noticiou a CNNTravel. Entre seus atrativos está a garantia de 340 dias de sol por ano, a vista privilegiada e o total isolamento, algo que os super-ricos sempre buscaram e, depois da pandemia, passaram a procurar ainda mais em todo o mundo.

Na verdade, a nova ilha da fantasia, embora isolada, não será erma e dará oportunidade para todos os bolsos.Construída com módulos de concreto de alto desempenho, ela poderá alojar até 15 mil moradores permanentes, cumprindo funções remotas ou trabalhando no local. Além das residências bilionárias, ela abrigará outros três níveis de imóveis. Os mais baratos serão apartamentos de 20 m2 ao preço de US$ 19 mil (R$ 120 mil) haverá uma segunda opção de apartamento com varanda de US$ 194 mil (R$ 1.1 milhão), e também mansões com cinco quartos e jardins de US$ 54 milhões (R$ 270 milhões). Na prática, os apartamentos de baixo custo atenderão a demanda por moradia dos prestadores de serviços que trabalharão nas casas dos milionários e na estrutura de comércio que funcionará na ilha artificial. Os proprietários das duas residências super-luxuosas serão os “donos do lugar” e também os principais financiadores do projeto, uma pré-condição para seu sucesso. O Blue State Group informou que já há pelo menos um interessado nesses imóveis principais. Evidentemente, todo o conforto possível estará garantido na ilha artificial. Haverá um centro de saúde e escolas para seus moradores.

Não existem impedimentos e pré-requisitos para quem quiser morar no lugar. Segundo o diretor de comunicações do grupo construtor, Erik Schmidt, basta ter dinheiro ou algum contrato para se manter e cumprir as regras da comunidade desde o primeiro dia. Empreendedores terão a chance de se inscrever para disputar licenças comerciais e desenvolver negócios durante um ano sem pagar impostos. O que se tentará criar nas Bahamas nos próximos anos é uma “máquina de morar” de luxo, dentro do conceito do arquiteto modernista suíço Le Corbusier. Ele pensava na moradia e nos serviços integrados numa só arquitetura, com uma ideia de autossuficiência. Só que nesse caso será no meio do mar.
O que se tenta criar na Bahamas é uma “máquina de morar” de luxo em que as residências se integram com os serviços numa mesma arquitetura
Espera-se que haja demanda para esse projeto nababesco. A pandemia desperta desejos profundos de voltar ao isolamento, de encontrar algum recanto afastado para contemplar a natureza e os super-ricos tratam de fugir do caos urbano. Nos EUA, corretores especializados relatam um grande aumento na procura por ilhas privadas após o início da pandemia. O empreendimento das Bahamas aproveita esse momento em que ficar longe da sociedade pode significar proteção e saúde.