01/04/2022 - 9:30

Quando a família real chegou ao Brasil, em 1808, poucos edifícios estavam preparados para receber os membros da realeza europeia. Situado na Praça Quinze, no centro do Rio de Janeiro, um imponente prédio de três andares era um deles: o antigo Convento do Carmo, construído pelos frades carmelitas em 1620. O local logo tornou-se a residência da rainha de Portugal e Algarves, D. Maria I, apelidada de “A Louca”. Ela ocupou o prédio até a sua morte, em 1816. Uma reforma, que recuperou as características originais do convento, o transformou no mais novo centro cultural fluminense, que abrirá as portas para o público em maio.
Com as escavações feitas para a instalação de sistemas modernos de água e esgoto, foram desenterrados vários achados arqueológicos: louças francesas e inglesas, garrafas de vinhos, talheres de prata, moedas e fragmentos de cerâmica. Ao todo, quatro anos foram necessários para restaurar as antigas características arquitetônicas do edifício, como esquadrias, pisos e forros no estilo colonial. No primeiro andar, onde ficavam os aposentos da rainha, o piso foi refeito com tábuas de pinho de Riga trazidos de navio da Europa. Houve ainda o resgate da pintura original e da estrutura das paredes. Construídas com vigas de madeira entrelaçadas, as paredes tinham a preocupação do antigo continente com os terremotos, principalmente o que devastou Lisboa em 1755. Além de exibir os artefatos encontrados, o espaço terá biblioteca, sala de exposições e um restaurante. Graças à reforma, que custou R$ 30 milhões, os brasileiros poderão conhecer um pouco melhor como era o dia a dia e os detalhes arquitetônicos das residências da família real portuguesa logo após seu desembarque no Brasil.
