Os nova-iorquinos estão em alerta. Motivo: o pânico de que novos furacões varram os EUA. O meteorologista Christopher Landsea, diretor do Hurricane Research Division (um dos órgãos responsáveis pelo rastreamento de catástrofes naturais no país), anunciou que 16 tempestades estão se formando no Caribe e que, entre junho e novembro, pelo menos cinco devem atingir a costa leste americana. Segundo ele, são grandes as chances de uma delas desabar sobre Nova York. Outra voz também se fez ouvir nos últimos dias: foi a de Joe Bastardi, especialista em previsões climáticas, anunciando que a Big Apple poderá enfrentar um furacão tão devastador como o Katrina, que em agosto de 2005 destruiu a cidade de Nova Orleans. Se isso acontecer, a ficção poderá se tornar uma trágica realidade. No filme Um dia depois de amanhã, o diretor Roland Emmerich mostra como o aquecimento global pode gerar catástrofes e varrer cidades do mapa. Filme é filme, mas o fato é que Nova York está entre os três locais que mais seriam fustigados com um tormento de grande magnitude. Prova disso é o estudo feito por engenheiros do Exército americano a indicar que um furacão de grau cinco (o máximo na escala de destruição) pegaria a cidade de surpresa, assim como ocorreu em 1938. Por serem muito altas, pontes como as de Verrazano Narrows e George Washington cederiam com os ventos antes que eles pudessem ser percebidos no solo. Sem rotas de fuga, os barcos levariam um dia inteiro para retirar as pessoas ilhadas.

O pior da tragédia viria pelo rio Hudson. Para ter uma idéia do estrago, um furacão de nível quatro deixaria a pista do Aeroporto Internacional John Kennedy coberta com seis metros de água. Ficariam completamente inundados os túneis de Holland e do Brooklin-Battery, além das estações do metrô de Long Island até a parte baixa de Manhattan. Estima-se que os prejuízos passariam de US$ 20 bilhões. Há especialistas em clima que duvidam dessas previsões, alegando que os furacões do Caribe sempre perdem a sua força ao se dirigir para o norte, onde está Nova York. Isso porque naquela região as águas são frias e os furacões, para ficarem poderosos, necessitam de temperaturas oceânicas acima de 24º Celsius. O problema é que, nos últimos 35 anos, o aquecimento da atmosfera provocou um aumento da temperatura dos mares da região. Segundo David Easterling, do Centro Nacional de Dados Climáticos dos EUA, isso é mais que suficiente para o surgimento de um novo Katrina. “Há grandes e evidentes chances de furacões destruírem Nova York. E a cada dia os riscos são maiores”, diz ele.