APOIO #FreeBritney: movimento popular (Crédito:Divulgação)

A explosão do movimento #FreeBritney é apenas um novo capítulo na polêmica carreira da popstar Britney Spears. A palavra de ordem que pede sua libertação não diz respeito à detenção prisional ou outro tipo de restrição física: os milhares de fãs que promovem essa hashtag exigem que a cantora seja liberada da tutela do próprio pai. Essa estranha intervenção familiar já dura doze anos e é o tema de um novo documentário produzido pelo “The New York Times”. “Framing Britney Spears: A Vida de uma Estrela”, dirigido por Samantha Stark, revela uma situação tão absurda que parece uma peça de ficção imaginada por Franz Kafka.

Para entender como a estrela de 39 anos chegou a essa situação é preciso voltar no tempo. Aos dez anos, a talentosa garota nascida em Kentwood, Louisiana, já cantava na TV. Após entrar para o programa “Clube do Mickey”, ganhou notoriedade nos EUA e virou uma promissora estrela-mirim. Britney cresceu e, aos 18, chegou ao topo das paradas com “Baby One More Time”. Era o início de uma carreira marcada por estádios lotados e milhões de discos vendidos em todo o mundo. O problema é que, junto com o sucesso, veio uma exposição midiática sem precedentes. O ápice da sua fama, nos anos 2000, coincide com o auge do mercado dos paparazzi e da milionária imprensa de fofocas. No início, Britney jogava o jogo: posava para as câmeras e usava o interesse do público por sua imagem fora dos palcos para alavancar a carreira. Vender a alma para os tabloides, no entanto, saiu caro: a cobertura sobre cada passo que ela dava passou a ficar cada vez mais invasiva e violenta. A cantora se casou com o dublê de dançarino Kevin Federline e teve dois filhos, Sean e Jayden, mas o fim do relacionamento foi melancólico: ela perdeu a guarda das crianças e o lado emocional desabou. Passou a agredir repórteres e, em um acesso de insanidade, raspou a cabeça.

VIDA NOVA Lindsay Lohan: depois das prisões, atriz quer retornar como cantora

No documentário do “The New York Times”, um paparazzi resume o sentimento dos colegas em relação à situação: “O sofrimento de Britney rendia muito dinheiro a muita gente.” Em 2008, seu pai, Jamie Spears, que nunca foi próximo da filha, entrou com uma ação para se tornar seu tutor. Apesar de a carreira de Britney seguir de vento em popa, conseguiu convencer a Justiça de que ela era incapaz e que ele deveria ficar responsável pelos milhões de dólares que sua imagem rendia. A partir dali, a cantora não pode mais nem sequer contratar um advogado para sair dessa situação. Seu patrimônio de mais de R$ 300 milhões, fruto de direitos autorais e licenciamento de produtos, ficou nas mãos do pai.

MUDANÇAS Amanda Bynes, nos anos 2000 (acima) e hoje: uso de drogas e transtorno bipolar

Com a atenção recente despertada pelo documentário — disponível na plataforma Globoplay —, o movimento #FreeBritney alcançou uma vitória recente. Britney, por meio do seu advogado, solicitou ao juiz para que Jamie seja removido do cargo de tutor. O caso ainda não foi decidido, mas sua merecida liberdade parece cada vez mais próxima.

Pressão da mídia

O caso de Britney não é isolado. Embora tenha características diferentes, pode-se compará-lo ao que aconteceu com celebridades poderosas em outras épocas, de Marilyn Monroe à princesa Diana – ambas, histórias com desfechos bem mais trágicos.

A vida de estrelas que atingem a fama muito jovens não é fácil. A atriz Lindsay Lohan chegou a ser internada seis vezes em clínicas de habilitação entre 2007 e 2013 e foi presa sob diferentes acusações, como roubo, dirigir sob efeito de álcool e posse de drogas. A atriz, que agora tenta retomar a carreira como cantora, foi uma figura tão constante nos tribunais nos anos 2000 que, para pagar honorários, tornou-se garota propaganda do “Lawyers.com” (advogados.com), site especializado em aconselhamento jurídico. Outro caso emblemático é o da atriz Amanda Bynes. Famosa por seu programa de TV “O Show de Amanda” e sucesso de bilheteria como “Ela é o Cara” e “Hairspray”, hoje está praticamente afastada do showbiz. Em 2013, foi presa por uso de drogas e internada com transtorno bipolar após colocar fogo em suas próprias roupas em uma garagem de Los Angeles. Pelas mais diversas razões, os sonhos dessas estrelas viraram pesadelos. Como ainda são jovens, resta torcer para que retomem o rumo de suas carreiras — talento e tempo hábil para isso não lhes falta.

A volta por cima de Demi Lovato
Contra a depressão, documentário e álbum novo


Demi Lovato lutou contra seus demônios – e venceu. A prova é o sucesso de um novo projeto que inclui uma série documental e um álbum, ambos batizados de “Dancing With the Devil” (Dançando com o Diabo). A cantora conta que saiu mais forte da luta contra as drogas e a depressão.

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