Se é a abundância das mentes brilhantes e a qualidade e diversidade dos recursos humanos que determinam a capacidade de a economia ampliar, expandir a criação, produtividade, competividade e elevar o crescimento e desenvolvimento econômico de uma sociedade, um passar de olhos pelos números do Mapa do Ensino Superior publicado pelo Sindicato dos Mantenedores de Ensino Superior Privado permite conhecer com propriedade e angústia a quase impossibilidade de alcançarmos qualquer desses objetivos sem uma ação de coragem, profunda e transformadora.

Reunindo 79% dos estudantes do ensino superior do País, os estudos utilizando como referência o ano de 2017, apontam que 59% dos estudantes abandonaram os cursos nessas universidades. Nos cursos de tecnologia da informação a desistência média beirou 65,5%, e nas de engenharia alcançou inacreditáveis 70%. E, como desgraça pouca é bobagem, nem as universidades públicas conseguem salvar a lavoura: nelas os índices batem na casa dos 40%, tanto no ensino presencial quanto no ensino à distância.

Nem as universidades públicas conseguem evitar a evasão de estudantes no ensino presencial e à distância.

Sem deixar de lembrar, que os números totais de 17% dos jovens nas universidades, na atualidade, estão longe do que determina os 33% do Plano Nacional de Educação para 2024 e que a média dos países emergentes, ou mesmo países da América latina, como México e Peru, chegam a 65% de taxa presencial. Se recordarmos que 40% dos jovens brasileiros elegíveis estão fora das universidades; que 10% deles, os chamados nem–nem, não trabalham e não estudam porque estão desalentados com a vida; e, que conforme o estudo, as desistências se dão por frustração com aprendizado, decepção com o mercado de trabalho e incapacidade de manutenção dos seus altos custos, temos ao final o tamanho do quadro de desafio e de perplexidade que se impõe ao País.

Assim, quando sociedade e governo definem o novo arcabouço fiscal como indispensável para devolver a capacidade de planejamento, investimento e desenvolvimento estratégico e definem a recuperação, reestruturação e fortalecimento da indústria como pressuposto imperativo para o crescimento, sustentabilidade e consolidação econômica e social do País, contemplar a evasão na educação superior num arcabouço de prioridades e inclui-la nos fundamentos da nova indústria é condição inexorável de garantia do alcance e sucesso da mudança necessária e exigível. Sem estancar essa sangria que queima dinheiro público e privado, empobrece o individuo e o Estado e somente produz disfunção e decepção, não salvaremos a indústria, as contas públicas e nem garantiremos o futuro da nação, que, como estampado nos números, escorre pelo ralo da educação.