28/10/2009 - 10:00
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FUTURO "Quero casar novamente", diz Assíria |
A ssíria está em processo de resgate da própria identidade. Separada há dois anos, divorciada há um e meio, após 14 anos de casamento com Pelé, ela entra em campo com um novo CD, "Novo Tempo". É o quinto da carreira de cantora gospel, o primeiro sem o sobrenome do ex-marido famoso. É assinando Assíria Seixas Lemos que ela quer vencer, agora. Em casa, já faz isso. Cuida dos filhos Gemima, 18 anos (do primeiro casamento), e dos gêmeos Joshua e Celeste, 13. Poliglota (fala seis idiomas), vivida (morou 18 anos nos Estados Unidos, onde cursou teologia e psicologia) e bela aos 49 anos, Assíria deseja viver outra paixão.
ISTOÉ – Como seus filhos reagem ao fato de viver só com a mãe em casa?
Assíria – Estamos nos reconstruindo, meus filhos estão indo bem. O Pelé é ocupado, sempre ficou muito fora de casa, viajou bastante. Eu sempre tive de estar ali, suprindo o outro lado. Hoje, em vez de o pai dos meus filhos vir para casa alguns dias, vem vê-los nos fins de semana, feriados.
O Joshua respira, come, sonha com futebol. Diz que vai ser jogador. Será complicado, porque terá o peso da comparação com o pai, o que não é justo. Meus filhos são criados no temor de Deus, têm princípios, limites. Gemima está com 18 anos e nunca teve namorado. Diz que vai namorar, mas apenas com a pessoa com quem irá se casar. É uma adolescente atípica, sábia. Ela vai às segundas-feiras ao centro de São Paulo dar comida a desabrigados. No mês que vem viajará ao Haiti para ajudar a construir casas. Ela tem o coração em servir.
"Tenho de me preocupar com as finanças.
Em toda separação, a vida financeira tem uma queda"
ISTOÉ – Como é a rotina de solteira?
Assíria – Meus filhos estão na escola até às 16h. Depois, Gemima tem aula de piano, Joshua joga futebol e Celeste faz teatro. Eles chegam em casa por volta das 19h. E eu tenho muitas atividades: aulas de canto, flauta transversal, piano e hebraico, além de administrar a casa. Agora, tenho de me preocupar com as finanças. Em toda separação, a vida financeira muda, tem uma queda. Mas meus filhos não foram criados pensando ser diferentes, especiais, e se ajustam à situação.
ISTOÉ – Sua devoção à religião contribuiu para o fim da união?
Assíria – A minha devoção foi, a princípio, o que atraiu o Pelé. Quando me conheceu, ele me disse: "Se algum dia eu casar, gostaria que fosse com uma pessoa religiosa como você." Falam por aí que (o casamento) acabou porque ele era católico e eu, não. A minha religião foi o que deu um porto seguro a ele.
ISTOÉ – Pensa em se casar de novo?
Assíria – Meus filhos não concordam, mas quero casar novamente. Uma coisa eu garanto: na minha próxima escolha terei muito mais cuidado, terei mais sabedoria para fazer ou não fazer certas coisas. Não fiz uma escolha errada, digo que terei mais sabedoria em um relacionamento, falando no geral. Mas meus filhos têm ciúme. O Joshua, então, me fala: "Onde você vai com essa roupa? Não estou gostando, está chamando muito a atenção, todo mundo vai olhar."
ISTOÉ – A sra. tem manias?
Assíria – Sim. De limpeza, organização. Tenho melhorado, já fui pior. Já joguei no lixo provas dos filhos, cheques. Em Paris, na Copa da França, joguei fora a passagem de volta para o Brasil. Minha mãe revista o lixo. Nos Estados Unidos, ela encontrou no lixo um cheque de US$ 700 referente à restituição do Imposto de Renda.
