13/09/2000 - 10:00
O sistema financeiro americano nunca foi um jogo para pequenos. Mas, de uns tempos para cá, parece ter soado um alarme informando os participantes de que só sobreviverão os muito, mas muito grandes mesmo. O lance mais recente dessa corrida contra o relógio foi a compra do tradicional J.P. Morgan pelo Chase Manhattan Bank, até então o terceiro maior grupo bancário dos Estados Unidos. O valor anunciado do negócio foi de US$ 35,6 bilhões.
A nova instituição irá administrar uma carteira de ativos de US$ 650 bilhões – atrás apenas do recém-formado Citigroup, também resultado de uma megafusão –, quase o tamanho do PIB brasileiro. O Chase e o Morgan são, há alguns anos, gigantes em um mercado muito importante para o Brasil: estão entre os quatro maiores negociadores de títulos latino-americanos. Transacionam com grande apetite, por exemplo, os papéis que o governo e empresas brasileiros emitem no Exterior. E também no mercado secundário de compra e venda. Não por outro motivo, os títulos da dívida brasileira chegaram a cair na quarta-feira 13, dia do anúncio do negócio: alguns investidores consideraram que as próximas emissões brasileiras no mercado internacional poderão custar mais caro daqui para a frente. Haverá uma instituição a menos para intermediar a transação.
A área de varejo do banco, resultado da fusão, se chamará J.P. Morgan Chase & Co. No Brasil e demais países onde o Chase opera apenas como banco de investimentos irá se chamar J.P. Morgan Investment Bank.