Como tudo na vida, o diálogo entre pais e filhos, assunto escolhido para capa desta edição, pode ser bem ou malgerenciado. Quando acontece a segunda hipótese, ele deixa de ser diálogo e leva o nome de conflito. Isso às vezes acontece por eventuais autoritarismos paternos ou pela falta de limites da garotada. Resulta num genérico conflito de gerações, e, diga-se, não é pequena a probabilidade de que isso ocorra. Até porque é vasta a gama de assuntos, e de diferenças e arestas entre os dois lados, a serem tratados. ISTOÉ escolheu um dos temas mais sensíveis, a questão sexual, e foi ouvir o que pensa um dos lados, aquele dos adolescentes. O resultado está na reportagem de Juliana Vilas e Rita Moraes, que começa à pág. 72, não tem a pretensão de ser um manual de relacionamento entre jovens e adultos, mas com certeza ajuda a iluminar um lado naturalmente mais obscuro das relações entre os pais e seus filhos e filhas adolescentes.

Dificuldade de relacionamento é também o que existe hoje entre o PT que está no governo e o PT da militância. O primeiro, como aconteceu com outros partidos de esquerda no mundo que chegaram ao poder, ao fazê-lo, corrigiu seu rumo anterior e colocou a proa embicada mais para a direita, em direção ao centro. Isso sob veementes e coerentes protestos de sua militância. E, como tudo na vida, também pode ser bem ou malgerenciado. No caso do PT, esses protestos, num crescendo, estão se transformando em novas candidaturas para substituir o atual presidente do partido, José Genoino. ISTOÉ foi ouvir o que pensa um dos lados, o da militância, e o resultado está na reportagem de Luiz Cláudio Cunha.