A saraivada de críticas disparada pelo adversário Álvaro Dias (PDT) não surtiu o efeito planejado. O peemedista Roberto Requião é o governador eleito do Paraná. Representantes de Requião já estão se preparando para se encontrar com a equipe do governador Jaime Lerner (PFL), para começarem a acertar a transição administrativa. A volta de Requião ao Palácio Iguaçu, depois de uma campanha liderada originalmente por Dias,
tem a marca do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Como ocorreu em outros Estados, a participação de Lula na campanha de Requião
foi fundamental para a inversão das preferências eleitorais.

Durante a campanha para o segundo turno, o candidato do PDT recorreu até ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar suspender a participação de Lula nos programas eleitorais de Requião. Derrotado em sua pretensão, decidiu partir para o ataque. Nos últimos dias da campanha, exibiu antigas gravações, nas quais Requião criticava duramente o PT. Relembrou com insistência a morte do líder sem-terra Diniz Bento da Silva, o Teixeirinha, provocada por policiais militares, no governo Requião (1991-1994). Além de não revidar os ataques, Requião se defendeu comparando sua campanha com a de Lula, lembrando que também haviam tentado “transformá-lo num bicho-papão” e não haviam conseguido. Na disputa apertada, saiu no lucro.