01/01/2003 - 10:00
Rondônia é um dos Estados brasileiros mais ricos em minerais valiosos. Aqui tudo é grandioso. Temos as maiores jazidas do mundo. Por que
o governo federal e o governo de Rondônia, através da Companhia
de Mineração de Rondônia (CMR), não passam a administrar essas
jazidas para torná-las produtivas e compensáveis economicamente?
Por que não investir mais em tecnologia para extração? Se temos
essas riquezas, vamos explorá-las legalmente. Desse modo, evitaria
o contrabando e talvez quem sabe, poderíamos matar a fome de
milhares de brasileiros. “A nova maldição” (ISTOÉ 1731).
Alcebíades Flávio da Silva
Porto Velho – RO
Varig
A Varig não é apenas uma empresa de brasileiros, é muito mais do que isso: é um símbolo nacional; faz parte da nossa história. Organização que há décadas transporta o progresso do nosso país, a Varig é sinônimo mundial de eficiência e de Brasil. Em qualquer aeroporto daqui ou do Exterior seu nome é pronunciado com respeito por todos aqueles que usam seus serviços, quer em viagens de turismo e negócio, quer no transporte de cargas. Num país que já financiou “investidores” estrangeiros para adquirirem empresas nacionais, a Varig, e tudo que ela representa para o nosso amor próprio, não deve ser tratada como algo descartável, do qual se pode abrir mão sem dano certo. Ajudá-la a se reerguer neste momento conturbado da economia globalizada é manter pulsando o nosso sentimento de brasilidade; é mais do que um dever, é uma obrigação. “Varig versus Varig” (ISTOÉ 1731).
Sylvio Washington F. de Avellar
Rio de Janeiro – RJ
Inflação
A estabilidade econômica teve seu início com o atual governo, mas também está findando junto com ele. O sonho de um país sem inflação
foi uma ilusão passageira. O dragão da inflação está novamente cuspindo seu fogo sobre os brasileiros, com a ajuda do governo, que permite
todo tipo de reajuste de preços e tarifas, e dos industriais gananciosos, que inventam qualquer pretexto para aumentar o preço dos seus produtos. Sobra para aquele que recebe seu salário quase congelado, que não tem o poder de aumentá-lo quando quiser, e está vendo o
seu poder de compra diminuindo a cada dia que tem de pagar uma
conta! “A volta dos dois dígitos” (ISTOÉ 1731).
Leandro Aurélio S. dos Santos
Conselheiro Lafaiete – MG
Aids
A reportagem intitulada “Risco anunciado” (ISTOÉ 1731) recoloca as inquietações relativas aos rumos da epidemia do HIV/Aids ao redor do mundo. Diante da divulgação dos dados epidemiológicos pela Unaids, que acontece paralelamente aos eventos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, fica cada vez mais evidente a questão da vulnerabilidade feminina diante da infecção. Não bastasse isso, essas mulheres são, em sua maioria, jovens, heterossexuais, monogâmicas e se encontram em idade reprodutiva. Ou seja, a Aids como doença do outro ultrapassou o tênue limite entre a imoralidade da rua e a segurança da casa, imiscuindo-se na sacralidade das relações conjugais. Esse nada mais é do que o retrato do descompasso ocasionado pela mudança do perfil da epidemia, a falta de conscientização da sociedade que não conseguiu introjetá-la e o fato de que essa mudança passou despercebida ou foi desconsiderada inicialmente pelos formuladores de políticas públicas. A entrada massiva das mulheres no contexto da epidemia demonstra que a vulnerabilidade feminina desvela uma história marcada tradicionalmente pela subordinação e opressão, pela falta de poder dentro dos relacionamentos afetivo-sexuais e pela invisibilidade e silenciamento de suas experiências cotidianas mais íntimas. Além disso, os valores e crenças relacionados à conjugalidade estável que são considerados intocáveis pela sociedade, transforma cada uma delas em uma fonte inesgotável de vulnerabilidade. Dessa forma, a formulação de políticas públicas para o enfrentamento do HIV/Aids para esse grupo necessita urgentemente incorporar o questionamento sobre as moralidades conjugais vigentes.
Profª Dirce Guilhem
Universidade de Brasília
Brasília – DF