06/10/2004 - 10:00
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou esta semana, na quarta-feira 29, a sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), levantamento feito em 133.255 unidades domiciliares do território brasileiro. Pelo alto custo e dificuldade de acesso, a população rural da região Norte não foi visitada pelos pesquisadores. Apesar disso, o estudo é bastante representativo, pois o que ficou de fora representa somente 2,1% dos domicílios. E o resultado é repleto de boas e más notícias. Uma amostra das boas notícias: só 3% das casas ainda não têm luz elétrica. Em 1993, eram 10%. Apenas 2,8% das crianças de 7 a 14 anos, em 2003, não frequentavam a escola. Em 1993, eram 11,4%. Menos de 20% dos domicílios possuíam telefone em 1993. Hoje são 62% com telefones fixos ou celulares.
Agora vamos às más: a região Sudeste tem 86% de cobertura de esgoto sanitário, enquanto o Nordeste tem apenas 44,1%. Na mesma toada, 91% das casas do Sudeste são abastecidas por água, contra apenas 72% das casas do Nordeste.
A dedução lógica dos dados acima é que a concentração de renda é mais elevada no Nordeste do que no Sul. Houve desconcentração da renda de 1993 a 2003, mas a situação ainda é muito desigual. Os 10% mais ricos, que detinham 49% da renda total do País em 1993, passaram a deter 45,3% do total em 2003. Obviamente, os pífios 3,7% de diferença registrados nesses dez anos não são suficientes para tornar esta uma boa notícia.
A conclusão é que o Brasil é uma nação que está aos poucos reduzindo suas desigualdades regionais. Aos poucos. Muito aos poucos.