Nesta montagem de Gerald Thomas, Marco Nanini brilha na pele de… Marco Nanini – um homem atormentado, que entra num processo paranóico depois de receber caixas com documentos provando o envolvimento da CIA no golpe de 64. Thomas anunciou que esta é a sua primeira peça linear. Mas o espetáculo perde o rumo depois do início superengraçado, devido ao excesso de referências caras ao estilo do diretor. Citações a Shakespeare, Genet e Ionesco misturam-se a farpas endereçadas a Maluf, a apresentadores televisivos e até ao ministro da Cultura, Gilberto Gil, que dá nome ao “esquadrão de extermínio do teatro”. Mesmo com todos os tropeços, a peça ri de si mesma e se mantém de pé graças à excelente atuação de Nanini. (Dolores Orosco)