11/05/2005 - 10:00
Que conexão há entre a experiência contemplativa de uma pintura de Hélio Oiticica e a vivência física de um de seus projetos de antiarte ambiental? O que há entre uma pintura da série Planos em superfície modulada e os objetos relacionais de uso terapêutico, de Lygia Clark? Há a escultura manipulável Bicho ou o Objeto cinético, de Abraham Palatnik, que têm em comum a busca do movimento. “O Bicho de Lygia Clark é o momento em que a escultura se liberta da distância imposta entre o sujeito e o objeto”, escreve a curadora Lisette Lagnado no catálogo da exposição, que rastreia o nascimento da experiência física na arte construtiva. A mostra reúne 15 artistas “construtores” de um novo plano de atuação da arte. Indica que o movimento, presente nas geometrias de, por exemplo, Aluísio Carvão ou Julio Le Parc, foi o responsável pela ativação do público, que a partir dos anos 1960 passa a se movimentar através ou em torno da obra. A proposta de vivência do objeto artístico é coroada nessa mostra com a montagem da instalação T Téia 1 C, de Lygia Pape, uma experiência única para os sentidos. (Paula Alzugaray)