Em 42 anos de carreira, o artista plástico Cildo Meireles alcançou reconhecimento nacional e internacional por suas instalações. Seu trabalho como desenhista, no entanto, nunca teve a mesma projeção. É justamente esta produção que está sendo mostrada. O curador Frederico Morais teve um trabalho insano: de 1.200 desenhos, escolheu 800 e, destes, garimpou os 200 que estão na mostra. A evolução dos desenhos começa, segundo o próprio artista, no “sofrimento, crônica social, política e catarse”, pintados em cores cinzentas e expressões caóticas. Chega à década de 70 com gravuras “absolutamente confessionais” ou que só existem como ilustração de um conceito, tudo em cores mais alegres e formas mais definidas. (Francisco Alves Filho)