Mulher é tudo igual, só muda o endereço. Com humor, essa poderia ser a conclusão das pesquisadoras francesas Layla Demai e Laure Watrin, que resolveram investigar o cotidiano feminino em grandes cidades do mundo. A partir daí, surgiu a série Les pintades, cujo título parece pejorativo, mas é apenas uma brincadeira das autoras. Pintade é galinhad’angola. Galinha, como se sabe, é a forma zombeteira com que são referidas as mulheres que têm muitos namorados. A ironia acaba aí. O trabalho – já realizado em Paris, Nova York, Beirute, Londres e Teerã – foi iniciado em 2004, já vendeu mais de 80 mil exemplares em língua francesa e inclui, agora, o Rio de Janeiro na lista. Les pintades à Rio está começando a ser feito. “Além da riqueza cultural da cidade, os franceses consideram as cariocas as mulheres mais belas do mundo. Resolvemos conferir”, disse Layla, de Nova York, à ISTOÉ. Segundo ela, somos pintades, independentemente da nacionalidade. “Porque temos preocupações e dilemas parecidos: filhos, companheiros, trabalho, discrepâncias sociais. E por que não? Também nos preocupamos com o retoque da maquiagem”, afirma. O Rio já ganhou um documentário, que foi exibido na televisão francesa em maio, sobre a visita das jornalistas à cidade, em dezembro do ano passado. E a dupla de pesquisadoras deve convidar uma escritora francesa radicada no Brasil para realizar a empreitada. “É essencial viver no local para fazer uma análise profunda dos costumes”, justifica Layla. Por isso, a jornalista Delphine Minoui, filha de mãe francesa e pai iraniano, que vivia em Teerã, foi convocada a escrever sobre a realidade das mulheres de lá. “Vi na série uma oportunidade de mostrar um lado do Irã que as pessoas mal conhecem”, disse ela, de Beirute, onde trabalha hoje. Delphine se refere, em especial, à audácia das mulheres de Teerã que, mesmo com a lei islâmica estabelecendo que elas valem metade que o homem, conseguem se impor, assumem altos cargos e representam 60% dos alunos de universidades.

Se as iranianas são as mais rebeldes, segundo as autoras, as francesas seriam as mais elegantes e as nova-iorquinas, as mais consumistas. As brasileiras são candidatas a ficar com o posto de mais sensuais, se a lenda se confirmar. Mas o que impressionou Layla e Laure aqui foi a desigualdade social, fator que consideraram determinante para definir os hábitos das cariocas. A relação com empregadas domésticas, a dança, o futebol, a depilação e a cirurgia plástica também chamaram atenção. Mas, garantem elas, nada que as pintades de outras partes do mundo não possam compreender.

Mulher é tudo igual, só muda o endereço. Com humor, essa poderia ser a conclusão das pesquisadoras francesas Layla Demai e Laure Watrin, que resolveram investigar o cotidiano feminino em grandes cidades do mundo. A partir daí, surgiu a série Les pintades, cujo título parece pejorativo, mas é apenas uma brincadeira das autoras. Pintade é galinhad’angola. Galinha, como se sabe, é a forma zombeteira com que são referidas as mulheres que têm muitos namorados. A ironia acaba aí. O trabalho – já realizado em Paris, Nova York, Beirute, Londres e Teerã – foi iniciado em 2004, já vendeu mais de 80 mil exemplares em língua francesa e inclui, agora, o Rio de Janeiro na lista. Les pintades à Rio está começando a ser feito. “Além da riqueza cultural da cidade, os franceses consideram as cariocas as mulheres mais belas do mundo. Resolvemos conferir”, disse Layla, de Nova York, à ISTOÉ. Segundo ela, somos pintades, independentemente da nacionalidade. “Porque temos preocupações e dilemas parecidos: filhos, companheiros, trabalho, discrepâncias sociais. E por que não? Também nos preocupamos com o retoque da maquiagem”, afirma. O Rio já ganhou um documentário, que foi exibido na televisão francesa em maio, sobre a visita das jornalistas à cidade, em dezembro do ano passado. E a dupla de pesquisadoras deve convidar uma escritora francesa radicada no Brasil para realizar a empreitada. “É essencial viver no local para fazer uma análise profunda dos costumes”, justifica Layla. Por isso, a jornalista Delphine Minoui, filha de mãe francesa e pai iraniano, que vivia em Teerã, foi convocada a escrever sobre a realidade das mulheres de lá. “Vi na série uma oportunidade de mostrar um lado do Irã que as pessoas mal conhecem”, disse ela, de Beirute, onde trabalha hoje. Delphine se refere, em especial, à audácia das mulheres de Teerã que, mesmo com a lei islâmica estabelecendo que elas valem metade que o homem, conseguem se impor, assumem altos cargos e representam 60% dos alunos de universidades.

Se as iranianas são as mais rebeldes, segundo as autoras, as francesas seriam as mais elegantes e as nova-iorquinas, as mais consumistas. As brasileiras são candidatas a ficar com o posto de mais sensuais, se a lenda se confirmar. Mas o que impressionou Layla e Laure aqui foi a desigualdade social, fator que consideraram determinante para definir os hábitos das cariocas. A relação com empregadas domésticas, a dança, o futebol, a depilação e a cirurgia plástica também chamaram atenção. Mas, garantem elas, nada que as pintades de outras partes do mundo não possam compreender.