Despaulistizar. Essa é a palavra de ordem no governo do PT, até entre os petistas de São Paulo. Significa o seguinte: o presidente Lula é de São Paulo, seus principais assessores são de São Paulo, mas o governo não pode girar em torno dos problemas de São Paulo. Para isso, é preciso trazer para o núcleo do governo figuras do PT que não sejam de São Paulo, como, por exemplo: o deputado Virgílio Guimarães (MG) para a presidência da Câmara; o governador do Acre, Jorge Viana, para algum cargo no Palácio do Planalto; e o prefeito reeleito de Aracaju, Marcelo Deda, para qualquer lugar (aliás, Deda já é praticamente um membro assíduo do chamado núcleo duro). A questão de fundo são as eleições de 2006. Na avaliação do PT, hoje não há dúvidas de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será o candidato dos tucanos a presidente da República. Alckmin é uma figura paulista, e o PT terá que sedimentar a idéia de que Lula não é de São Paulo, mas sim do Brasil.