As edições dos reality shows mostram que a fórmula para ganhar a torcida do telespectador é autenticidade e humildade. Uma história de vida difícil, daquelas com que muita gente se identifica, ajuda. E ser quem você é, sem medo do ridículo, é o que leva ao prêmio final. Dom natural? Nem precisa. O perfil dos vencedores de programas como Big Brother Brasil já se tornou tema de estudo em cursos que formam candidatos a celebridades instantâneas.

O ator e produtor americano Robert Galinsky fundou a New York Reality TV School para ensinar atores e amadores a convencer diante das câmeras de programas que fazem o participante chegar ao limite, físico e psicológico. É justamente nesse ponto que as pessoas colocam o jogo em risco. Para evitar o deslize, Galinsky ensina os alunos a fortalecerem o que têm de melhor dentro de si. “Mostro como melhorar a autoestima, ser honesto, divertido, com conteúdo. Só assim é possível brilhar, mesmo em situações de stress”, afirmou o professor à ISTOÉ. Questionado se essas características deveriam ser naturais – e não aprendidas –, Galinsky diz que todos têm pontos positivos na personalidade. “Basta destacá-los e não esconder o que faz de cada um único”. Ser genuíno no curso de Galinsky significa aprender a saber onde está a câmera e interagir com o público. O workshop inclui palestras com exparticipantes de reality shows, atores prof issionais e diretores. As aulas simulam situações cotidianas, como uma conversa na cozinha. Três horas custam US$ 139 (R$ 231). Mais de 100 pessoas já fizeram o curso. A maioria dos candidatos está interessada em participar do Big Brother, diz Galinsky. “As pessoas amam ter seus hábitos observados. Há um certo voyeurismo.” No final de julho, a ex-BBB Cida Moraes, terceiro lugar na segunda edição do programa, deu sua primeira palestra sobre como prolongar os 15 minutos de fama. O evento gratuito aconteceu no Rio de Janeiro. Cida ainda não sabe quando será o próximo, pois estará viajando com uma peça teatral da qual é produtora até o fim do ano. Mas não pretende abandonar o projeto. “A idéia surgiu a partir das dezenas de e-mails que recebo todos os dias de pessoas perguntando o que fazer para participar do BBB”, conta. As dicas dela para entrar nesse mundo são: encontrar seu próprio diferencial, ter personalidade e dar opiniões bem fundamentadas e mantê-las. “É o que passa credibilidade para o público.”