01/12/2004 - 10:00
O tratamento feito com injeções à base de polifenóis de alcachofra, que promete a conquista da tão desejada “barriga de tanquinho”, está na mira da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na semana passada, a agência proibiu qualquer tipo de propaganda sobre a terapia. De acordo com o órgão, o produto, que não tem registro no Ministério da Saúde, vinha sendo propagandeado de forma ilegal. A agência também abriu um processo de investigação sobre a eficácia da substância e proibiu sua produção em escala industrial.
A medida ganhou o apoio da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade. As entidades manifestaram preocupação com o uso indiscriminado do produto, que, nos últimos meses, virou febre nas clínicas de estética. “Não há evidência científica que respalde o uso. A via de administração da substância – injetável – também nos preocupa. Isso está sendo feito até em salões de cabeleireiros. Aplicado de forma inadequada, pode causar infecções, necrose e até a morte”, afirma a médica Valéria Guimarães, presidente da SBEM. Em São Paulo, a Onodera, uma das maiores redes de estética do País, retirou as propagandas que fazia sobre o tratamento e suspendeu sua utilização. Só quem já recebia a terapia continuará
até o final do tratamento.